Alunos da rede municipal terão 1 hora a mais de aula

25 de mar de 2015 - dev

​​A carga horária dos alunos da rede municipal de ensino será ampliada de quatro para cinco horas diárias a partir de 2016. A implantação, anunciada pelo secretário municipal da Educação, Guilherme Bellintani, está sendo discutida pela Secretaria Municipal da Educação (SMED) com a APLB Sindicato e o Fórum de Gestores e a expectativa é que já passe a valer no segundo semestre deste ano, quando os alunos terão, inicialmente, 30 minutos a mais de aula. O aumento vai priorizar as disciplinas de Português e Matemática. Em 2016, a carga será ampliada em uma hora.

Para Bellintani, a mudança é muito significativa, já que a realidade das escolas de Salvador está bem abaixo do que deveria ser e bem distante do quadro em outras cidades. “Temos uma das menores cargas horárias entre as capitais, além de um déficit imenso em relação à média mundial. Não tenho dúvida de que é um dos nossos maiores problemas hoje. Essa ampliação da carga horária será um salto na qualidade de ensino nas escolas do município. Isso é muito significativo. Vai ser um dos principais elementos de transformação pedagógica em sala de aula”, comemorou.

Na China e na Suécia, os alunos passam até 12 horas na escola e em países como Estados Unidos, Finlândia e Irlanda, o aluno passa, em média, nove horas na escola. No Brasil, a maioria dos estudantes não fica mais de cinco horas por dia em sala aula. “O que a gente está fazendo não é nenhuma inovação. É necessidade. Eu diria que a situação anormal é o que temos hoje”, destaca o secretário, acrescentando que essa uma hora a mais serão para as aulas de Português ou Matemática. “A gente entende que essas duas habilidades são as que mais determinam o futuro pedagógico da criança”, reforça.

A partir do segundo semestre, já entra em vigor uma das condições do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) dos professores da rede municipal, aprovado no ano passado. Assim, 1/3 do tempo de trabalho dos profissionais deve ser dedicado ao planejamento das aulas. Para garantir o cumprimento da nova carga horária, a Secretaria Municipal da Educação vai contratar um segundo docente para as turmas até o 5º ano. Cada uma terá, agora, um primeiro pedagogo, um segundo pedagogo e um professor de Educação Física.

No final do ano passado, 470 professores que fizeram um concurso em 2010 foram convocados para trabalhar e devem tomar posse ao longo deste semestre. Depois que todos os profissionais forem contratados e escolherem que tipo de regime querem trabalhar (pelas regras do edital, é possível optar entre 20 ou 40 horas semanais), a SMED poderá finalizar o cálculo de quantos professores ainda precisam ser convocados. A estimativa é que a mudança custe cerca de R$ 30 milhões aos cofres municipais por ano, a partir de 2016.