Alunos da rede municipal terão acesso às histórias da primeira heroína infantil afro-brasileira-Professores participaram do Seminário Esqueceram de Mim

09 de set de 2005 - dev

A Secretaria Municipal da Educação e Cultura promoveu, entre os dias 08 e 09 de setembro, na Biblioteca Central dos Barris e na Bienal do Livro (Centro de Convenções), o seminário “Esqueceram de Mim”, ministrado por Haroldo Macedo, diretor da Tronics, empresa voltada para a criação e produção de projetos especiais; idealizador da revista Raça e criador do projeto Luana. A personagem Luana é a primeira heroína afro-brasileira infantil da história do Brasil, representando uma proposta de utilização dos quadrinhos como elemento de integração e afirmação racial. Na turma de Luana, além da protagonista, também participam crianças de outras etnias, visando representar a sociedade brasileira em toda sua plenitude.

De acordo com Haroldo Macedo, o primeiro livro foi lançado em 2000. A personagem Luana gosta de ler e estudar, e é capoeirista. Através do seu berimbau mágico, ela é transportada ao passado. “Partimos das fábulas para estimular o conceito de igualdade em crianças de todas as etnias”, afirmou Haroldo Macedo.

O seminário teve como objetivo conscientizar os educadores da rede municipal sobre a necessidade das crianças afro-descendentes construírem a sua identidade racial, auto-estima e cidadania. Ainda neste segundo semestre letivo, todas as 360 unidades da rede municipal de ensino receberão um kit composto pelos livros “Luana: a menina que viu o Brasil Neném” e “Luana e as sementes de Zumbi”, além de 12 revistas em quadrinhos.

Cerca de 200 docentes participaram do Seminário “Esqueceram de Mim”. Trata-se de uma ação da implantação da lei federal 10.639/03, que determina o ensino de História da África e Cultura Afro-brasileira. Neste ano letivo, Salvador tornou-se a primeira capital do país a implantar a Lei 10.639/03 na rede pública.

Durante o evento, a secretária Municipal de Educação e Cultura, Olívia Santana, frisou que “a escola tem o desafio de formar cidadãos e precisa ir além do ato de ensinar a ler e a escrever. O professor tem a tarefa de trabalhar a consciência dos seus alunos e isso não pode ficar restrito a alguns. Tem que ser dever de todos e todas”, afirmou.

A abertura do seminário contou com a presença do secretário municipal da Reparação, Gilmar Santiago.