Aula de cidadania e cultura marcou o Dia Municipal da Revolta de Búzios

12 de ago de 2007 - dev

No dia 12 de agosto de 1779 postes e residências de Salvador amanheciam com os “boletins sediciosos”, onde escravos, alfaiates, soldados, artesãos, sapateiros e ex-escravos, no esteio da Revolução Francesa de 1798, clamavam pelo “fim da escravidão; instalação da República; liberdade; igualdade e comércio livre entre os povos”. Era o início da Revolta de Búzios, que culminou com a condução à forca e esquartejamento dos seus líderes. Já em 2005, a Câmara Municipal do Salvador, atendendo a um pleito da Secretaria Municipal da Educação e Cultura, oficializou a data de 12 de agosto como o Dia Municipal da Revolta de Búzios (Lei Municipal 6.786/05). Hoje (10) cerca de 800 alunos de diversas unidades da rede municipal de ensino realizaram na Praça da Piedade uma série de apresentações reverenciando os heróis da Revolta de Búzios.

Foram realizadas apresentações de fanfarras; corais; danças africanas; grupos de capoeira; interpretação cênica e apresentação da Banda Mirim Olodum.

O evento contou com a presença do secretário municipal de Educação e Cultura, Ney Campello, presidente da Câmara Municipal do Salvador, Valdenor Cardoso, vereadora Olívia Santana e do presidente da Fundação Cultural Olodum, João Jorge. Segundo Campello, “não podemos esquecer da nossa história, dos nossos heróis. Esta revolução reuniu todos os que sonhavam e lutavam pela democratização e pela igualdade entre negros e brancos. Sem dúvida, foi um dos mais importantes movimentos libertários do país”, ressaltou.

Em 2005, a Prefeitura de Salvador começava a reescrever a história do Brasil, sempre contada nas salas de aula através da visão do colonizador europeu. Na ocasião, Salvador foi a primeira capital do país a implantar o ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira e Africana, conforme determina a Lei Federal 10. 639/03.

Durante o evento realizado hoje (10) foi reinaugurado o busto de Manuel Faustino, um dos líderes da Revolta de Búzios, e reverenciados os bustos de Luís Gonzaga, Lucas Dantas e João de Deus, localizados ns Praça da Piedade.

Também denominada Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, o movimento era sepultado definitivamente em 8 de novembro de 1799, quando foram conduzidos à forca os quatro grandes líderes da revolta. Dentre os dizeres dos “boletins sediciosos”, os revolucionários conclamavam: “animai-vos, ó povo Bahiense, é chegado o tempo para a vossa ressurreição, sim para que ressuscitem do abismo da escravidão, para levantares a sagrada bandeira da Liberdade”.