Avaliação do Ideb é discutida em seminário

07 de jul de 2007 - dev

Lis Grassi

“A qualidade na educação deve ser regida da apropriação do conhecimento e das riquezas tecnológicas, do desenvolvimento local e sustentável e do enfrentamento da pobreza e das desigualdades sociais”. Esta foi a conclusão da coordenadora geral do Banco do Nacional de Itens (Inep/MEC), Clarice Santos dos Santos durante o I Seminário de Avaliação e Qualidade da educação Municipal de Salvador, que tratou do tema “A importância da Avaliação Externa na Qualidade da Educação”.

Para a coordenadora, o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) não tem o mesmo resultado em todos os lugares e não pode ser avaliado de uma forma geral, pois as pessoas avaliadas são diferentes, possuem situações diferentes e vão gerar resultados diferentes.

Durante a palestra ficou ressaltada a importância dos professores desenvolverem nos alunos conhecimentos e competências integradas. Assim, os estudantes aprendem a analisar, comparar, avaliar e pensar criticamente, agindo com autonomia. “A avaliação educacional deve ter como finalidade apoiar o processo de ensino e aprendizagem. É necessariamente diferente daquela que visa, por exemplo, subsidiar a análise da qualidade de uma instituição ou de políticas públicas educacionais de um estado”, analisa.

O diretor da Escola Municipal João Pedro dos Santos, Luiz Lopes dos Santos, 53, a fim de buscar mas conhecimento e assim aplicá-los na sala de aula, afirma que o seminário foi importante para avaliar o parâmetro usado no Ideb. ” Na avaliação nacional, a Bahia está no último lugar, coisa que não acredito. Eu acho que os resultados são outros, não só na minha escola, mas principalmente na rede municipal, pois temos uma equipe muito boa e comprometida”, ressalta.

O professor de Estatística da Universidade Federal da Bahia, Gilenio Borges Fernandes, também ressalta a importância de conhecer a aplicação do Ideb e de que maneira os alunos são avaliados. “Os indices são questionáveis, mas servem para analisarmos aonde estamos errando e como melhorar o nosso desempenho como educador”.

Língua Portuguesa

Já para a Mestre em Educação e Técnica do INEP/MEC, Elba Maria Leite Gomes, que ministrou a palestra “O Saeb e a Língua Portuguesa”, os conjuntos de diretrizes e bases da educação estabelecem que os conteúdos da língua portuguesa devam se articular em torno do uso da língua oral e escrita e da reflexão acerca desses usos. “O professor de Língua Portuguesa não deve fazer do conhecimento gramatical o único fundamento de sua autoridade, até porque a língua excede a gramática, afirmou.

A palestrante ressaltou com ênfase que a língua não pode ser estudada por fragmentos, sendo um conjunto de fatores, uma unidade. “Classificações e regras gramaticais isoladas não levam a nada é mais importante saber o efeito do uso das palavras. A gramática sozinha é incapaz de preencher as necessidades interacionais de quem fala, escuta, lê ou escreve textos”.

Sobre o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), a professora explica que tem como foco a leitura.“Apreender o texto como construção de conhecimento em diferentes níveis de compreensão, análise e interpretação”. Nessa conjuntura o texto tem papel de unidade significativa que concretiza habilidades que desenvolvem a competência textual desde a capacidade de usar o conhecimento gramatical para perceber a relação entre palavras até a capacidade de usar o vocabulário para perceber estruturas textuais, atitudes e intenções.