Esportistas mirins: no país do futebol, conheça crianças que preferem outros esportes

13 de jul de 2016 - Jornalismo

Tailane Muniz (tailane.muniz@redebahia.com.br)

Mesmo em um país conhecido por seu futebol, nem todas as crianças se dedicam ao jogo. Alisson Santos de Azevedo, 11 anos, é uma delas. Há quatro anos praticando caratê, o garoto sonha em ser professor e tem a arte marcial como forte aliada contra a diabetes, doença que adquiriu quando tinha 7 anos.

Alisson é aluno da Escola Municipal de Castelo Branco, uma das 55 instituições participantes do Festival Estudantil Municipal (FEM), realizado pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps). Ele se apresentou na manhã de terça-feira (12), na abertura do evento, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), em Piatã.

As eliminatórias, em maio, contaram com a participação de cerca de seis mil estudantes, de 8 a 16 anos. Entre as modalidades da competição estão: futsal, voleibol, voleibol sentado, voleibol de lençol, handebol, basquetebol, baleado, além do caratê e da ginástica rítmica.

As equipes que avançaram nas eliminatórias se enfrentam até sábado, na AABB e no Clube Recreativo Campomar. As escolas vencedoras ganham troféus de 1º, 2º e 3º lugar, e os alunos serão premiados com medalhas de participação.

A secretária municipal de Educação, Joelice Braga, afirmou que o evento colabora com a formação social das crianças, pois promove a convivência e a disciplina. “O festival é uma ação que envolve várias outras ações. É a mobilização das escolas, das comunidades e das famílias”.

Foto: Marina Silva/CORREIO

Foto: Marina Silva/CORREIO

Para a professora da Escola Municipal Professor Milton Santos Renata Durval, é possível notar diferenças no comportamento dos alunos envolvidos com o esporte. “Muitos eram até agressivos e agora já demonstram uma disciplina maior”, ressaltou Renata.

O professor e coordenador de caratê de quatro escolas, Walney Ávila, disse que o foco é aproveitar o gosto das crianças pelo esporte para desenvolver uma orientação educacional, especialmente naquelas que vivem em maior situação de vulnerabilidade. “O foco é o lado social”.

Para a mãe de Alisson, o pequeno lutador, o caratê tem um papel determinante. “É uma questão de vida, porque além de ele gostar muito, o esporte equilibra a glicemia dele”, afirmou Luciney Silva, 44, que tem outros três filhos que praticam o esporte.

O FEM integra o Festival de Esporte e Lazer do Município de Salvador. O secretário do escritório Salvador Cidade Global, Jorge Khoury, disse que as secretarias municipais estão bastante envolvidas com a Olimpíada Rio 2016 e que esse clima foi importante para a execução do festival.