Bichinhos da terra, flores, horta, frutas, atividades circenses, brinquedos da cultura africana e indígena… Esses foram alguns dos presentes ofertados por alunos da rede municipal de Salvador ao menino Jesus, durante a apresentação de “O presépio – Baile de Deus Menino”. O evento foi realizado na Escolab – Escola Laboratório, localizada na Rua da Lagoa, próximo ao Hospital João Batista Caribé, no bairro de Coutos, Subúrbio Ferroviário de Salvador.
A encenação é uma adaptação do presépio vivo realizado pela professora e pesquisadora Lydia Hortélio, na zona rural do Município de Serrinha, no sertão baiano. Em 2008, Hortélio apresentou a proposta do baile do Deus Menino para algumas escolas do município, com o objetivo de trazer a tradição do interior para a capital, como sinaliza o diretor da Escolab, Wilton Vieira. “O objetivo é trazer a verdadeira visão do natal, de amor, respeito, fraternidade, mas mesclando com a cultura baiana, samba de roda e outras ações para trazer mais para perto da nossa realidade”.
Os ensaios das músicas e coreografias ocorreram ao longo de 2017 e foram encabeçados pelas professoras da Escolab e de acordo com o gestor da instituição, alunos do grupo 3 da educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental participaram de todo o processo. “O cenário este ano teve como base o incentivo a reciclagem e foi montado pelas professoras, com ajuda dos estudantes de diversos bairros do subúbio. Eles opinaram sobre as roupinhas que estão usando e muitos até se ofereceram pra levar pra casa e ajudar na produção. Então esse é um dos papeis fundamentais de um trabalho como esse: promover a integração entre escola, alunos e professores, para garantir o aprendizado e o desenvolvimento”, pontua.
O estudante Ruan Ribeiro, de 10 anos, que está no 4º ano, representou um cordelista no presépio e acredita que o projeto ajuda no aprendizado. “Eu gostei muito de participar do presépio e as professoras ensinam um monte de coisa pra gente. Ano que vem, quero fazer de novo. Se eu não tivesse aqui, ia estar em casa assistindo televisão. Aqui eu aprendo a fazer máscaras, informática, xadrez e muitas outras coisas”, relata.
Talita silva de 9 anos, que está no 3º ano e representou Narizinho, do Sítio do Pica-Pau amarelo, também adorou a experiência. “Gostei muito dos ensaios, mais ainda das músicas, por que eu canto e danço. Meu pai e minha mãe também me ajudaram e vão estão aqui pra ver o presépio. É tudo muito legal”.
ESCOLAB – Os estudantes das escolas municipais são atendidos pela unidade de ensino no período de contra-turno, ou seja, vão no oposto ao que estudam nas unidades de ensino básico. Para isso, basta apenas estar devidamente matriculado na rede e fazer uma inscrição na própria Escolab. Entretanto, o espaço também é aberto para a comunidade. “Temos atividades esportivas que acontecem à noite e recebemos cerca de 1.500 moradores da região, que já tem horários agendados conosco”, enfatiza o gestor da instituição.
O foco do projeto é ofertar mais educação na rede municipal com o auxílio da tecnologia. São oferecidas práticas esportivas, experimentação científica, artística, jogos de raciocínio lógico, de linguagem e cultura global.