Criança com paralisia cerebral tem educação garantida no município

29 de out de 2012 - dev

Com cerca de 40 mil novos casos a cada ano, a paralisia cerebral atinge muitas famílias no Brasil. Em Salvador, somente o Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia Cerebral (NACPC) atende a uma média de 400 crianças, sendo referência nas ações de saúde, educação e inclusão de pessoas com necessidades especiais. Por conta disso, a área educacional do NACPC passou, desde 2003, a integrar a Rede Municipal de Ensino, um reconhecimento da Prefeitura do Salvador à qualidade do trabalho desenvolvido.

Com funcionamento na sede do NACPCc, a Escola Municipal Drº Fernando Montanha Ponde tem como foco a inserção das crianças com paralisia cerebral às atividades convencionais de escolarização. “Isso porque entendemos que frequentar a escola regular é um direito dessas crianças. Aqui, além de oferecer todo o conteúdo disciplinar, nós orientamos tanto o aluno quanto sua família sobre a importância desta inclusão”, afirmou Simone Bonfim, diretora da escola.

Atualmente, cerca de 200 alunos, oriundos da unidade, já estão inseridos em escolas convencionais da rede municipal. “Uma vitória dessas crianças e de suas famílias que compreenderam ser perfeitamente possível que o aluno com paralisia cerebral possa aprender através do ensino regular”, acrescentou Bonfim.

Conforme a coordenadora-geral do NACPC, Daniela Caribé, mesmo as crianças já inseridas em outras escolas continuam a ser atendidas pela entidade. “No horário oposto ao das aulas, esses alunos contam com toda a assistência do nosso Programa de Saúde que, além do atendimento médico especializado, envolve fisioterapia, hidroterapia, fonoaudiologia, nutrição e psicologia”, afirmou.

Além da atenção contínua aos alunos da Escola Municipal Drº Fernando Montanha Ponde, o NACPC presta também apoio às mais de 400 escolas integrantes da rede municipal de ensino, o que reforça o programa de inclusão adotado pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult). “Contamos com uma equipe de psicopedagogas, atuando no sentido de orientar os profissionais, de modo a vencer as barreiras que acabam limitando o acesso dessas crianças ao ensino”, completou Caribé.

Evolução

Quando o seu filho Paulo Henrique Gonçalves nasceu, há 15 anos, a dona de casa Maria Marlene do Carmo, 46, pensou que jamais matricularia seu filho em uma escola. “Quando soube que ele tinha paralisia cerebral achei que a rotina dele seria completamente diferente das outras crianças. A matrícula em uma escola nem passava pela minha cabeça”, disse.

A dona de casa mudou de ideia após conhecer a NACPC e, consequentemente, a Escola Municipal Drº Fernando Montanha Ponde. “Foi uma alegria saber que ele poderia frequentar a escola. Desde que o matriculei, em 2008, ele já evoluiu bastante e sempre tem aprendido coisas novas”, contou.

Fundado em março de 2001, o Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia Cerebral é uma entidade sem fins lucrativos que tem como missão realizar ações voltadas ao desenvolvimento da neurociência, visando à inclusão das crianças com deficiência e suas famílias.