Dia de lançamentos e trocas de experiências no Fiedi 2010

26 de nov de 2010 - dev

O segundo dia do I Fórum Internacional de Educação, Diversidade e Identidades (Fiedi), que acontece até amanhã (27), no Hotel Pestana, em Salvador, foi marcado por discussões realizadas em oito grupos de trabalhos. Lançamentos de livros e conversas com autores mobilizaram os mais de 500 participantes, na troca de experiências proposta pelo encontro.

Foi lançado o álbum “Mulheres Negras – Uma história bem contada”, resultado de uma exposição que percorreu escolas da rede pública municipal, durante todo ano de 2010.O álbum foi entregue a cada uma das Coordenadorias Regionais de Educação e às mulheres que emprestaram sua imagem e histórias para composição do mesmo.

“Esse é o resultado do trabalho do Fundo Municipal de Inclusão Educacional de Mulheres Negras (Fiema), que é simples, modesto, mas muito consistente”, disse a coordenadora do Fundo, Adriana Nascimento. “A obra reúne histórias que precisavam ser contadas e recontadas e, esperamos, significará muito para a construção de um prazer compartilhado da proposta de uma educação mais participativa, de intersecção de saberes comunitários com o novo saber constituído”.

A palestra Mulheres Negras, história e trajetórias, proferida pela professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Cecília Soares, contextualizou a história das mulheres negras, no período colonial brasileiro. Mãe Stella de Oxossi, emprestando a sua vasta experiência na luta contra qualquer tipo de discriminação, voltou ao Fiedi nesta sexta-feira (26) para lançar o livro Epé Layé – Terra Viva. A yalorixá, autora de outras obras, tem títulos adotados pelo Ministério da Educação e pelas redes estadual e municipal

O livro Epê Layé – Terra Viva conta a história de uma árvore que ganha pernas e vai lutar pela construção de um mundo que respeita o meio ambiente. É um livro que tem pretende chamar a atenção das crianças para a importância de cuidar do meio ambiente.

Cidinha Silva, prosadora carioca, trouxe para Salvador o livro Os nove pentes d‘África, sua terceira obra de literatura juvenil.

A história mescla tradição e contemporaneidade de uma família negra brasileira. Os pentes herdados pelos nove netos de Francisco Ayrá são a pedra de toque para abordar a pulsão de vida presente nas experiências das personagens e rituais cotidianos da narrativa. O livro foi adotado pela Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte para compor a “mochila do estudante”, 2011.

Clélia Zerbini lançou “Os efeitos psicossociais do racismo. A coletânea de vários autores, /Psique & Negritude também compôs a pauta da Mesa mediada pelo coordenador pedagógico da Secretaria Municipal de Educação (Secult).

Além desses títulos, o Fiedi 2010 também proporcionou aos educadores e convidados o contato com as obras de Ana Célia da Silva, que lançou o livro didático Desconstruindo a discriminação do negro; Rouxinol do Rinaré e Varneci Santos trouxeram o Salvador em Cordel. Já Crispiniano Neto lançou O Grande Joaquim Nabuco e a Obra da Escravidão.

Grupos de Trabalho

Os oito grupos de trabalho formados nesta sexta-feira (26) para o Fiedi 2010 discutiram assuntos que abrangem desde educação de jovens e adultos até a violência contra a mulher e a violência provocada pelas diversas formas de preconceito e racismo.

Várias propostas foram discutidas, inclusive o papel da escola, da família e dos movimentos sociais como veículos transformadores da realidade.

Experiências e projetos de sucesso foram colocados na pauta e servirão de base para a construção da proposta final do Fiedi, que será utilizada na prática pedagógica das escolas de Salvador.