Eleição para diretores de escolas estimula democracia

13 de dez de 2006 - dev

Diego Silva dos Santos, 12 anos, estava orgulhoso por ter a responsabilidade de escolher a nova direção da Escola Municipal Lagoa do Abaeté, onde cursa a 3ª série do Ensino Fundamental. Cédula na mão e nenhuma dúvida sobre em qual das três chapas votar. “Ter a oportunidade de escolher o diretor e vice-diretor é um momento único. É poder exercer a cidadania e a democracia. Tenho certeza que faremos a escolha certa e o novo diretor atenderá às nossas necessidades”, afirma confiante.

Assim como Diego, vários estudantes a partir de 12 anos, funcionários, professores e pais de alunos participaram do processo eleitoral em 302 escolas da rede municipal. No total, foram inscritas 325 chapas, sendo 687 candidatos concorrendo ao cargo de gestor em cada uma das unidades de ensino que fazem parte do processo. Para a diretora da Escola Municipal Lagoa do Abaeté e também candidata à reeleição, Ana Célia Souza, a eleição de gestores é importante porque a comunidade escolar tem a oportunidade de escolher em votação direta e secreta o seu representante. “Não há uma imposição de quem irá administrar a escola durante três anos, mas uma democracia, em que todos os envolvidos podem votar na chapa que achar melhor, ou seja, que melhor os represente”, ressalta.

Próprio de uma campanha eleitoral, as chapas inscritas fizeram de tudo para convencer seu eleitorado. Os candidatos distribuíram panfletos e apresentaram à comunidade escolar o plano de trabalho da gestão. “É como se fosse uma eleição para prefeito, governador. Tudo é bem organizado e levado a sério”, afirma a candidata da Chapa 2, Rosineide Gomes, que atualmente é vice-diretora. Outra candidata é Helenita Oliveira da Silva, da Chapa 3, que há sete anos dirigiu a unidade escolar. Ela afirma que ser diretora está no sangue e acredita que se ganhar, a experiência vai contar muito na hora de tomar decisões.

O processo eleitoral para diretores e vice-diretores das escolas da rede municipal foi instituído em 1986, através da Lei Complementar 3.682/86. Este marco legal estabelece que os novos gestores são escolhidos pela comunidade escolar, por meio do voto secreto.

O colégio eleitoral foi formado pelos alunos (a partir de 12 anos), os seus pais ou responsáveis, professores e coordenadores e pelos funcionários da Secretaria Municipal da Educação e Cultura (SMEC), lotados nos seus respectivos estabelecimentos de ensino.

Os novos diretores e vice-diretores terão um mandato de três anos. “Mais uma vez a rede vive um momento de democratização na escolha do corpo de gestores. É muito importante motivar a democracia na escola, fazendo com que a comunidade, alunos, pais e professores tenham o direito de escolher seus gestores”, afirma o secretário municipal da Educação e Cultura, Ney Campello.O resultado do pleito será divulgado até o dia 26 de dezembro, após a realização do segundo turno, que acontece no dia 18 nas escolas que não conseguirem eleger no primeiro turno.

Capacitação de gestores

Para preparar os professores que desejam se tornar diretores escolares, a SMEC oferece cursos de gestão escolar através da Uniced (Universidade Aberta da Educação e Cultura). Somente este ano, 2500 docentes participaram da formação. O curso tem como objetivo propiciar aos candidatos a gestores de escolas da rede municipal, os conhecimentos mínimos necessários ao exercício do cargo, em conformidade com a política de gestão participativa da escola pública.