Estudantes conhecem a história do Forte São Marcelo

06 de set de 2006 - dev

Curiosidade e muita ansiedade. Estes foram os sentimentos que predominaram entre os 50 estudantes da rede municipal de ensino durante a visita ao Forte São Marcelo na manhã desta quarta-feira, dia 06/09. A estudante Poliana da Silva Ferreira, 15 anos, cursando a 8ª série do Ensino Fundamental na Escola Municipal D. Arlete Magalhães, descreveu a sua expectativa quanto ao Forte, que fez parte da história da Bahia. “Eu sempre tive vontade de conhecer o Forte São Marcelo, porque é uma maneira de voltar ao passado e aprender mais sobre a nossa história. Esta é uma grande oportunidade de aprender mais e mais”, afirma entusiasmada.

A maior curiosidade de Juan Souza, 11 anos, que freqüenta a 4ª série na Escola Irmã Eliza Maria, era conhecer os museus: Memória do Mar, Memória da Cidade e Memória do Forte, que têm como recursos a tecnologia digital e simulações virtuais. “Os museus são importantes porque dão impressão que estamos em um naufrágio, que estamos navegando e porque podemos conhecer não apenas a história do forte, mas a de Salvador”, enfatiza. No total, cerca de 150 estudantes da rede municipal já visitaram a fortaleza, que defendeu Salvador contra os ataques dos holandeses.

A visita dos estudantes foi acompanhada pelo Prefeito Municipal, João Henrique Barradas Carneiro, e pelo secretário municipal da Educação e Cultura, Ney Campello, que estiveram nas dependências do Forte São Marcelo. Admiraram as exposições de fotos, pinturas e vídeos da antiga Salvador. “A prefeitura se esforçou ao máximo para restaurar este monumento para que a população de Salvador e os seus visitantes pudessem conhecer este momento histórico da cidade. Ver os estudantes aqui é muito prazeroso, pois visitar os fortes de Salvador é fazer uma viagem de volta ao passado e conhecer mais sobre a história da capital baiana”, afirma. Segundo o prefeito, o Forte de Santa Maria, localizado no Porto da Barra, será totalmente revitalizado.

Durante o passeio, os visitantes tiveram uma verdadeira aula de história, em que conheceram uma cela, onde ficavam cerca de cem prisioneiros. Também puderam ver a cela que o general farroupilha Bento Gonçalves ficou aprisionado. Os canhões, as balas de canhões e as armas da época davam a impressão real do passado glorioso da fortaleza marítima erguida na Baía de Todos os Santos.

O secretário municipal da Educação e Cultura, Ney Campello, enfatizou a importância de apresentar para os estudantes a história de Salvador. Para ele, este aprendizado é mais importante do que estar apenas em sala de aula, porque as crianças e adolescentes passam a se interessar mais pelo tema. “O que se fez aqui foi uma aula pública, cultural e histórica. A educação está além de uma estrutura física da escola, isto faz parte da concepção de uma Cidade Educadora, capaz de conduzir os seus alunos ao aprendizado de qualidade e interdisciplinar”, ressalta.

Reforma – O investimento de R$ 2 milhões foi o valor do recurso para a reforma do Forte São Marcelo realizada pela Prefeitura Municipal do Salvador, em parceria com a empresa de equipamentos eletrônicos LG e pela loja de eletrodomésticos Insinuante. O local possui espaço para eventos, auditório, salas de exposição e midiateca. Um restaurante e uma loja de suvenires e produtos culturais completam a série de atrações. “Afinal de contas, o turismo cultural é a grande vocação da cidade”, lembra o arquiteto responsável pela reforma e idealizador do projeto, Márcio Neves.

Passado e futuro estarão em harmonia no novo Forte São Marcelo. As exposições permanentes batizadas de Memórias do Mar, Memórias do Forte e Memórias da Cidade utilizarão tecnologia de ponta das empresas patrocinadoras. Monitores de Plasma e LCD de última geração, cinemotion 4D, simuladores digitais e instalações cenográficas irão resgatar informações históricas e culturais de forma interativa.

História – O Forte São Marcelo (antes denominado Forte de Nossa Senhora do Pópulo) foi a segunda fortaleza marítima erguida no porto de Salvador. Sua construção foi iniciada em 1650, por determinação do rei de Portugal D. João VI, para aumentar a defesa de Salvador contra a invasão holandesa. A obra, que só foi concluída em 1728, possui um formato arredondado que possibilita que sua artilharia dispare em qualquer direção, único das Américas nesse modelo.

O Forte tornou-se uma imponente construção militar, que já foi responsável pela guarda do porto e integrou a rede de fortificações que defendeu a maior cidade das Américas das invasões holandesas, corsários e piratas. No final do século XVIII serviu para prisão de estudantes relapsos e indisciplinados e importantes personagens históricos como o líder da Revolta dos Alfaiates, Cipriano Barata e o general farroupilha Bento Gonçalves.