Fiema: Uma conquista das mulheres afrodescendentes

09 de mar de 2007 - dev

Criar estratégias educacionais para a mulher afrodescendente. Este é o principal objetivo do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (Fiema), lançado no ano passado pela Secretaria Municipal da Educação e Cultura, em parceria com o Ministério Público, Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) e Agência Espanhola de Cooperação Internacional (Aeci).

O Fiema tem como finalidade combater a evasão escolar, e lograr a conclusão do ensino fundamental entre as mulheres afro-descendentes que vivem em situação de pobreza. Para isto, estão sendo implantados programas de melhoramento da qualidade do ensino, com adoção de currículos diferenciados, métodos alternativos de educação e gestão de unidades escolares.

Segundo o secretário municipal de Educação e Cultura, Ney Campello, o Fiema é uma estratégia que contempla, ao mesmo tempo, as mulheres e seus filhos. Ele explica que, de acordo com pesquisas, o sucesso de aprendizagem da criança está relacionado a escolaridade dos pais. “Este é um ato de inclusão social e de fortalecimento da educação dos filhos destas mulheres”, enfatiza.

O Fundo funciona nas dependências da Secretaria Municipal da Educação e Cultura (SMEC), que dispõe de 2% da verba da educação para tocar os projetos sociais destinados a melhorar as condições das mulheres negras. Para este ano, estão previstos cerca de R$ 5,6 milhões, que serão aplicados nas políticas públicas destinadas as mulheres afrodescendentes.
Oficinas e reuniões

De acordo com a promotora de Justiça da Cidadania, Márcia Virgens, integrante do Conselho Deliberativo do Fiema, os conselheiros estão elaborando um projeto de inclusão educacional voltado para as mulheres que moram na Península de Itapagipe e Subúrbio Ferroviário. Como forma de dar inicio aos trabalhos nestas localidades, foi realizada no bairro de Roma, a “Oficina de Formulação do Projeto de Formação Integral para Mulheres Afrodescendentes da Península de Itapagipe”.

A Península Itapagipana foi escolhida pelo Fiema, devido na região haver uma grande concentração de mulheres afrodescendentes, sem acesso à escola e às oportunidades de emprego. Através destes conjunto de bairros que forma a Península se iniciará o trabalho de construção e efetivação de uma política importante e integrada em favor da mulher afrodescendente, com ações de áreas de educação e formação profissional. “A cidadania social dessas mulheres deve ser feito por meio de um trabalho de motivação pessoal, elevação da auto-estima e intermediação dos conflitos e casos de violência”, afirma Márcia Virgens.