Fórum Internacional debate ações afirmativas no processo educacional

31 de maio de 2006 - dev

Uma das metas da Secretaria Municipal da Educação e Cultura é a erradicação do analfabetismo entre as mulheres negras jovens e adultas. A informação é do secretário Ney Campello, que representou o prefeito Joao Henrique na solenidade de abertura do “Fórum Internacional Salvador – Filadélfia-Luanda: Inclusão da História, da Cultura Africana e da Diáspora no Processo Educacional”.Recentemente, a Prefeitura criou o Fundo de Desenvolvimento Humano e Educacional de Mulheres Afro-descendentes, com orçamento inicial de R$ 5, 6 milhões. Salvador,cidade pioneira no país no ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira e Africana, tem sido referência nacional e internacional na questão. O fórum segue até amanhã (26), no Centro de Convenções.

Segundo a coordenadora geral de Diversidade e Inclusão Social do Ministério da Educação, Eliane Cavalheiro, a experiência de Salvador tem sido importante para a elaboração de estratégias deste Ministério de apoio às ações afirmativas. Ela anunciou que o MEC distribuirá material pedagógico específico para as redes públicas de ensino; assim como atuará na formação de diretores e professores.

No Brasil, a lei federal 10.639/03 determina o ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira e Africana nas redes pública e privada de ensino. Outras cidades do continente americano também desenvolvem experiências semelhantes. Na Filadélfia (Pensilvânia), cidade onde 81% da população é formada por negros, hispânicos e orientais, o ensino da cultura africana é realizado de forma transversal dentre as diversas disciplinas e também através de matéria específica na High School (equivalente ao ensino médio).

Também estiveram presentes à Mesa, o secretário municipal da Reparação, Gilmar Santiago, a secretária de Educação da Filadélfia, Jacqueline Barnett, e o representante de Luanda, Simão Linhas, dentre outros.

Programação

Logo após a abertura do evento, foi realizado o debate “África e Diáspora Africana e o Desafio da Igualdade Racial”, tendo como mediadores Jacqueline Barnett, Victor Narciso, conselheiro cultural da Embaixada de Angola, e Ubiratan Castro (presidente da Fundação Palmares). Em seguida, for realizado o lançamento do livro “A Guerra na Bahia”, de autoria de Ubiratan Castro. A obra narra um conflito “social e racial” que ocorreu em Salvador e cidades do Recôncavo Baiano entre os anos de 1830 e 1823.

À tarde, ocorrem conferências, como, por exemplo, “A Importância dos Estudos e o Intercâmbio Internacional Dentro de um Mercado Global”. Já no dia 26, a abertura dos trabalhos, às 9 horas, será realizada através da apresentação de experiências de escolas municipais de Salvador no ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira e Africana. Outra atividade inserida na programação, a partir das 14h30 do dia 26, é o debate ”A Experiência Educacional na África”