IV Mostra Criativa leva trabalhos de estudantes da rede municipal ao Teatro Jorge Amado

20 de dez de 2017 - Jornalismo

Propiciar reflexões acerca do respeito à diversidade cultural e religiosa. Esse foi o intuito da IV Mostra Criativa Salvador de Arte, Educação e Cultura Negra, realizada na no dia 14 de dezembro no Teatro Jorge Amado. Organizado pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), em parceria com a Fundação Gregório de Matos (FGM) e pela Secretaria Municipal da Reparação (Semur), o eventou contou ainda com o apoio e a participação do Conselho das Comunidades Negras e Conselho Municipal de Educação. Os órgãos formam o Comitê Técnico de Supervisão e acompanhamento das ações de implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08, que instituem a obrigatoriedade do estudo da história e cultura da África e afro-brasileira.

No total, sete escolas municipais participaram da Mostra, mas de acordo com o secretário Municipal de Educação, Bruno Barral, é importante lembrar que todas as 440 escolas municipais já adotam as diretrizes e determinações legais. “Aqui vimos apenas uma parte, mas isso é desenvolvido em toda a rede municipal, ou seja, é um trabalho forte de implementação de toda a nossa cultura, através da arte, da música, dança, capoeira, entre tantos outros aspectos, que caracterizam a nossa cidade como uma das mais receptivas do país”, enfatiza.

As apresentações começaram com um coral, coordenado pelos professores Patrícia Costa e David Tourinho. Em seguida, foi a vez das encenações teatrais e de dança, com textos de combate ao racismo e à intolerância religiosa, sob a coordenação do ator Lázaro Machado e da atriz e dançarina Luciana Souza, que atuaram no filme Ó paí Ó (estrelado, em sua maioria, por atores do Bando de Teatro Olodum).

O presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro, enfatiza que um trabalho como esse tem o poder de despertar as crianças para uma nova realidade. “Estamos na cidade mais negra do mundo fora da África, e esse trabalho ressalta essa identidade, fazendo com que esses alunos criem um vínculo com sua formação, raça, identidade e multi-religiosidade através da arte, que é o elemento mais forte de união e autoconhecimento. Os estudantes trabalham em prol dessa mostra o ano inteiro e as escolas municipais ganham essa cara plural” aponta.

Para a secretária Municipal de Reparação, Ivete Sacramento, o mais importante legado é o despertar do autoconhecimento e da auto-estima. “O que temos observado ao longo desses quatro anos é o quanto essas crianças se sentem valorizadas. Vemos a alegria e o orgulho delas ao terem a oportunidade de contar a própria história nos palcos. E no próximo ano, teremos mais um projeto para fortalecer ainda mais o estudo da história, cultura, além de arte africana, brasileira e étnico raciais”, promete.

Apresentaram-se estudantes das escolas municipais Maria Dolores, de Tancredo Neves, Carmelitana do Menino Jesus, do Uruguai, Vila Vicentina, da Liberdade, Doutor Otaviano Pimenta, de São Tomé de Paripe, Padre Manuel Correia de Souza, de Mussurunga, Professor Manoel de Almeida Cruz, de Cajazeiras, e Xavier Marques, de Fazenda Grande do Retiro.

Fotos: André Carvalho – Ascom/Smed.