Materiais do Prodei são analisados em rodas de conversa

06 de abr de 2015 - dev

“Estamos fazendo uma análise criteriosa e podemos ver que o material reflete a nossa realidade de forma clara e respeitosa porque estão sendo acatadas as nossas ideias. Os professores da Educação Infantil estão sendo ouvidos e estão participando da construção de uma política pública. É muito importante estarem nos proporcionando isso”, disse Anísia Laura, gestora do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Álvaro da Franca Rocha, no Cabula. Anísia participou dos três dias de Roda de Conversa realizadas na Fundação Visconde de Cairu, entre os dias 18 e 20 de março, dedicadas à analise e contribuição ao material que vem sendo construído em coautoria com professores, gestores e coordenadores da Rede Municipal de Educação.

Os materiais estão sendo produzidos pela Avante – Educação e Mobilização Social, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SMED), para o Programa de Desenvolvimento da Educação Infantil (PRODEI). De acordo com Mônica Samia, consultora associada da Avante e coordenadora do PRODEI, o material está sendo muito bem avaliado pela rede. “Professores, gestores e coordenadores fizeram validações, deram sugestões e pediram esclarecimentos. Com isso, em breve esses materiais estarão na gráfica”, informou.

Foram 12 rodas de conversa direcionadas a analisar materiais destinados a gestores, professores e crianças na Educação Infantil. Cada roda foi composta em média por 15 profissionais. A coordenadora do PRODEI explica que se trata de um material possível para a realidade de Salvador. “Existem ações mais avançadas, que a própria rede conhece, implantadas em outras cidades, principalmente em outros países, com outros tipos de configuração. Mas este é um material escrito para este contexto histórico, social e cultural da rede municipal para crianças de 4 meses a 5 anos de idade, e deve evoluir com o tempo”, explicou.

Ela acrescenta ainda que as rodas de conversa são apenas uma das diversas estratégias de escuta realizadas no PRODEI. “Usamos outras estratégias como visitas às escolas, análise dos materiais produzidos pela rede, entre outras”, conta Monica Samia.

Rodas

As rodas fazem parte da metodologia de construção de materiais dirigidos a públicos diferentes e foram realizadas em etapas distintas do processo. Algumas pessoas se sentiram tão mobilizadas que participaram, voluntariamente, de mais de uma roda. O que é um exemplo do alto nível de engajamento que caracteriza o PRODEI.

Foi o caso de Cristina Maria de Freitas, coordenadora do CMEI Educar é Viver, de Vista Alegre, no Subúrbio Ferroviário. Além de participar dos três dias de rodas para análise dos materiais, a coordenadora também fez parte do grupo que, anteriormente, debateu o conteúdo agora analisado. “Dei sugestões no primeiro momento e hoje estamos analisando o material que está sendo construído. Estou bastante satisfeita com as produções”, disse.

Cristina Maria de Freitas acrescenta ainda que sua participação nos três dias se deu também pela empolgação trazida pelo processo democrático que caracteriza o Programa. “É o que nós educadores da rede municipal de Salvador estivemos solicitando por muitos anos. E quando percebemos estar participando de uma construção realmente coletiva, ficamos bastante satisfeito, porque acaba refletindo a nossa cultura”, disse.

Nas rodas, os professores, coordenadores e gestores da rede viram a cultura soteropolitana refletida nos materiais. Cristina Maria Gomes aponta o exemplo dos livros de 4 e 5 anos, nos quais, ao invés de trazer fotos de Brasília ou Rio de janeiro ou até outros países, vê-se o Elevador Lacerda, o Mercado Modelo, entre outros locais simbólicos de nossa cidade. “É um elemento importantíssimo para a construção da identidade das nossas crianças, da nossa baianidade. O que traz um levantar da autoestima não só das crianças como também das famílias, que vão participar desta construção dentro da unidade escolar”.

Para Anísia Laura, do CMEI Álvaro da Franca Rocha, os matérias analisados abrem novas perspectiva para a sua profissão. “O que pude visualizar nesses três dias, nas duas oficinas de linguagem de matemática e na de portfólio, é o sonho de consumo dos professores da rede. A partir do momento em que lemos o material, nossa imaginação começa a criar asas. Temos que nos segurar porque não podemos usá-los ainda. Mas a vontade é de botá-los em prática imediatamente.”