Palestra de Dimenstein contagia professores

09 de jul de 2009 - dev

“A escola que não tiver a capacidade de modificar a sociedade pode fechar as portas”. Esta é a opinião do jornalista Gilberto Dimenstein, apontado pela Revista Época como uma das personalidades mais influentes do Brasil. Em palestra realizada nesta quinta-feira ( 9 ), no Centro de Convenções, Dimenstein contagiou mais de 2 mil professores e diretores da rede municipal, com o tema “Bairro Educador”.

O assunto abordado pelo jornalista seguiu uma linha que destaca a importância da aproximação entre a comunidade e a escola. “É o trabalho em conjunto entre as organizações que vai garantir um aprendizado de qualidade aos alunos do ensino público”, afirma Dimenstein, que também desenvolve diversas ações de caráter educativo no país.

Segundo o palestrante, “o grande problema é que a sociedade coloca toda a responsabilidade da educação em cima da escola, como se ela fosse a única responsável por isso”. Ele explicou que a sociedade não deve ver a escola apenas como um único meio para educar jovens e adolescentes, mas como um agente participativo.

Através de vídeos, imagens e depoimentos relatou a experiência de sucesso de uma escola paulista que conseguiu parcerias com instituições de diversos segmentos da sociedade. A equipe gestora desta unidade foi em busca do apoio das bibliotecas, postos de saúde, universidades e comércio do seu bairro, que investiram na educação e mudaram a cara da escola, que antes era marcada pela violência e desinteresse dos alunos. Segundo o jornalista, os resultados foram imediatos: em menos de três meses, a unidade subiu significativamente no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e hoje já está entre as 10 primeiras instituições de ensino do estado de São Paulo, segundo o MEC.

De acordo com Dimenstein, os pais também devem estar mais envolvidos na vida escolar dos filhos, exigindo melhor currículo e mais empenho dos professores. Quanto ao poder público, este é o responsável por captar recursos para as questões educacionais e é fundamental nessa evolução. Porém, é a escola que exerce o principal papel. “A unidade escolar não pode ser só um espaço para salas de aula, mas sim um lugar conectado à realidade. O diretor deve ser um líder comunitário que envolva atores nesse processo de aprendizagem”, finalizou.