Poema de Castro Alves traduz sentimento após incêndio

07 de jan de 2013 - dev

O sentimento dos funcionários da Secretaria Municipal da Educação após o incêndio que destruiu o Solar Boa Vista, sede do órgão, na última quinta-feira (03), é traduzido por um trecho do poema O Século, de Castro Alves, que residiu no local:

“…Ante esse escuro problema
Há muito irônico rir.
Pra nós o vento da esperança
Traz o pólen do porvir.
E enquanto o cepticismo
Mergulha os olhos no abismo,
Que a seus pés raivando tem,
Rasga o moço os nevoeiros,
Pra dos morros altaneiros
Ver o sol que irrompe além.
Toda noite — tem auroras,
Raios — toda a escuridão.
Moços, creiamos, não tarda
A aurora da redenção.
Gemer — é esperar um canto…
Chorar – aguardar que o pranto
Faça-se estrela nos céus.
O mundo é o nauta nas vagas…
Terá do oceano as plagas
Se existem justiça e Deus…”