Prefeitura leva educação aos terreiros de candomblé

13 de ago de 2009 - dev

Levar a alfabetização para todas as camadas da cidade é um dos principais objetivos da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult). A cada dia esse trabalho vem ganhando solidez e quebrando barreiras. Agora, a novidade é que a Secult, através do Fundo Municipal de Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (Fiema), lançou, nesta quarta-feira (12), um programa que pretende implantar salas de alfabetização em todos os terreiros de candomblé de Salvador.

O evento de lançamento, que aconteceu no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, reuniu cerca de 200 adeptos da religião dos Orixás, que conheceram a proposta da Secretaria de Educação. Os terreiros que aderirem ao projeto serão contemplados com a presença de educadores, que aplicarão os métodos de ensino do Programa Salvador Cidade das Letras. O objetivo é alfabetizar jovens e adultos de toda comunidade do entorno, que não tiveram acesso à escola na idade adequada, assegurando-lhes a garantia da continuidade dos estudos.

A Ekedy Sinha, representante do Terreiro da Casa Branca – um dos mais conhecidos da cidade, prestigiou a cerimônia de lançamento e não esconde a satisfação de ter em sua casa de santo, um programa alfabetizador. “Estou muito feliz com a iniciativa. A educação oferecida em um terreiro de candomblé é capaz de transformar a sociedade”, declarou. E na linguagem do Ioruba, a Ekedy finalizou o seu discurso pedindo aos Orixás que abençoem o programa e fez um apelo aos companheiros que abracem a causa.

Segundo o secretário municipal da Educação, Carlos Ribeiro Soares, a expectativa é de alfabetizar um número significativo de pessoas, já que o programa não vai ficar restrito aos seguidores da religião africana. Soares também destacou a importância do envolvimento de todos os terreiros para assegurar a educação à comunidade. “Cerca de 1,3 mil casas de santo foram mapeadas pela Prefeitura, mas sabemos que existem muito mais. Se chegarmos em todas elas, o quadro de analfabetismo da capital será revertido com mais facilidade”, afirmou.

O Secretário Municipal da Reparação, Ailton Ferreira, que também é parceiro da ação, esteve presente no evento, assim como representantes dos terreiros Vitem de Prata, Unzo Maida, Ilê Axé Daranke, Ilê Axé Leci, Sango Airá e Oxossi Itutalambá, entre outros.