Proclamação da República é destaque nas escolas municipais

13 de nov de 2009 - dev

As unidades municipais de ensino já celebram a Proclamação da República brasileira, que comemora 120 anos em 2009, no próximo domingo (15). “O que vivemos nos dias atuais é reflexão da história de tempos atrás”. A afirmação é de Jéssica Alves dos Santos, 14 anos, estudante do 9º ano da Escola Teodoro Sampaio, localizada no bairro de Santa Cruz. Ela e o colega de turma, Ebert da Silva Sousa, 16 anos, relatam em sala de aula os momentos históricos para os colegas.

A estudante acrescentou ainda momentos de grande destaque para a nação. “Naquela ocasião o marechal Deodoro da Fonseca queria que o país iniciasse o desenvolvimento de imediato e de uma maneira totalmente independente, indo contra a vontade do imperador D.Pedro II”, destacou. “De certa forma éramos independentes, mas o nosso imperador era português e filho de português. Acredito que ele era um bom homem, mas estava na hora de o Brasil ser totalmente livre”, ressaltou a aluna empolgada em relatar um pouco da história.

“Foi o início da democracia no Brasil”, disse Ebert. “Naquela época os republicanos tinham o apoio dos militares, que eram proibidos de se expressar e liderados pelo marechal Deodoro da Fonseca conseguiram derrubar a monarquia”, explicou. Outro destaque dos alunos foi a importância da libertação dos escravos para a posterior Proclamação da República. “Fomos o último país a libertar os escravos, e eles precisavam disso para que eles se sentissem cidadãos”, disse Jéssica. “Este foi o primeiro passo para que o povo percebesse o quanto é importante a democracia”, endossou o educando.

O tema também é lembrado pelos trabalhos da escola, por causa da Semana da Consciência Negra, comemorada na próxima semana (sexta-feira, 20). “Fomos o último país da América Latina a libertar os escravos, o que significou uma força a mais para a Proclamação da República”, explicou o professor de história daquela unidade educacional, Ricardo José Vasconcelos.

Conforme o educador, o evento foi marcado como o primeiro processo de participação popular no Brasil. “Apesar de ter sido fechado para a elite e militares, tivemos o pontapé inicial. E a população começou a perceber que era e ainda é o ator contextual”, atestou.

Reforço – De acordo com a diretora da escola Municipal Teodoro Sampaio, Lourdes Torres, o objetivo da unidade é criar ambientes para que todos os estudantes consigam visualizar o período da história que lhes é relatado. “Através do contexto histórico, científico, religioso e atual, para isso as aulas são interativas. Os alunos apresentam peças de teatro para a turma, e realizamos outros trabalhos interativos”, disse.

Segundo Lurdinha, como é conhecida dentro e fora das salas de aula, a escola possui ainda uma biblioteca que auxilia no aprendizado e um laboratório de informática, com o reforço da exibição de filmes e documentários. “Tudo para tornar as aulas mais atrativas e estimulantes para os estudantes e professores”.

Proclamação – Localizada no bairro do Comércio, a Praça Marechal Deodoro da Fonseca, é uma homenagem da capital baiana a quem lutou pela emancipação política do país. Lá está um monumento em que Salvador celebra a união entre as nações. O episódio instaurou o regime republicano no Brasil, ao derrubar a monarquia. Ocorreu no dia 15 de novembro de 1889 no Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, na Praça da Aclamação, hoje Praça da República, quando um grupo de militares do Exército brasileiro, liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, deu um golpe de Estado sem o uso de violência e depôs o Imperador D. Pedro II.