Projeto Karatê nas Escolas promove inclusão social e disciplina

25 de abr de 2012 - dev

Desânimo para estudar e falta de concentração são comportamentos que fazem parte do passado do estudante Davi Bispo Cunha, 14 anos. Aluno da 5ª série da Escola Municipal Afrânio Peixoto, localizada no bairro de Sete de Abril, o garoto diz que passou a ter disciplina e a prestar mais atenção às aulas, depois que começou a fazer parte do projeto Karatê nas Escolas, desenvolvido pelo Programa Educação Esportiva da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult).

“O karatê mudou muito o meu comportamento em casa e na escola. É um esporte que exige muita disciplina e que ensina uma lição de vida pra gente. Até as minhas notas melhoraram”, diz o estudante. Faixa vermelha na modalidade, ele já participou de diversas competições esportivas e ganhou medalha de bronze na categoria infanto-juvenil pelo Campeonato Baiano de 2011. “Nunca pensei em praticar esse esporte, mas estou gostando muito. Quero continuar até me tornar faixa preta”, conta.

Implantado como projeto-piloto na Rede Municipal de Ensino em 2008, o Karatê nas Escolas começou a funcionar na Escola Municipal Afrânio Peixoto em 2009, atendendo a 150 estudantes. As aulas acontecem duas vezes por semana, as terças e quintas-feiras, com duração de 50 minutos. O principal objetivo da ação é promover a construção da cidadania, a socialização, a prática competitiva, a integração e inclusão social dos alunos, por meio do esporte.

Os mesmos benefícios foram conquistados pela estudante Fábia Maria Pereira dos Santos, 10 anos, medalha de ouro no Festival de Karatê das Escolas Municipais e bronze no Campeonato Baiano, na modalidade infantil de 2011. “Eu era muito agitada e sempre era chamada na diretoria pelo meu comportamento. O esporte ajudou a mudar isso”, admite a estudante.

Resultados

Professor do projeto na Afrânio Peixoto, Cleber Pinho dos Santos afirma que os benefícios da modalidade tem sido notados em todos os estudantes. “O karatê cobra uma postura diferenciada e ajuda a melhorar a convivência. Ensinamos, inclusive, que não se trata de uma luta, e que os ensinamentos não podem ser utilizados para a violência”, pontua. Ele explica que o principal objetivo do projeto não é formar competidores, mas sim cidadãos. “É claro que vão surgir alguns talentos no projeto, mas o nosso principal objetivo é contribuir na formação de pessoas de bem”, salienta.

Para a diretora da escola, Rilza Maria Chaves de Jesus, o projeto também tem contribuído para elevação da autoestima dos estudantes. “É uma iniciativa extremamente importante. Notamos que os alunos integram, socializam, se tornaram mais solidários, estabelecem metas e objetivos. O esporte fez com que eles reflitam a sua postura e se sintam mais valorizados”, pontua. Hoje, seis escolas estão incluídas no projeto. Cada instituição possui 150 estudantes cadastrados. A expectativa é que outras 10 escolas sejam incluídas ainda este ano.