Salvador incentiva cultura popular

14 de maio de 2010 - dev

Trabalhando para levar a cultura a todas as comunidades da capital baiana e preservando a identidade das manifestações populares, a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) através da Fundação Gregório de Mattos (FGM) desenvolvem projetos em diversas áreas, entre as quais a preparação do São João, apoiando 25 grupos de samba junino e as festividades dos 187 anos da Independência da Bahia.

A equipe da FGM está animada com as perspectivas de reabertura do Teatro Gregório de Mattos, em setembro próximo, depois de passar por uma reforma geral, realizada pela Sucop, em parceria com a Fundação Mario Leal Ferreira. Com a abertura do teatro, o Município avança na proposta de ampliar a oferta de salas de espetáculo para a comunidade. A ideia é de que a reinauguração do espaço aconteça com o III Festival Latino-americano de Teatro da Bahia (FILTE), a partir de 9 de setembro, reunindo grupos brasileiros e de diversos outros países em Salvador.

Segundo o secretário de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Soares, a determinação do prefeito João Henrique é manter a política de cultura do município baseada nos princípios da cidadania cultural, sintonizada com a produção e expressão popular.

Samba Junino – A FGM dá apoio ao projeto Samba Junino – O colorido da Cidade, que agrega grupos juninos de comunidades como a de Amaralina, Engomadeira, Garcia, Dique Pequeno, Canabrava e Ogunjá. Os 18 grupos culturais, entre os dias 23 e 24 de junho, reviverão uma tradição de mais de 30 anos. Além desses, mais sete que ajudam a difundir a tradição do samba junino receberão apoio.

O incentivo da FGM às manifestações populares ajuda movimentos como o de teatro de rua, que promoverá, entre junho e agosto, oficinas em 10 comunidades da cidade. “Nossa política é apoiar os trabalhos nas comunidades”, frisou o secretário Carlos Soares.

Marcos Cristiano, ator profissional, pesquisador e autor do livro Manual Básico para Teatro de Rua comemora a proposta da FGM. Com o Grupo Caravana de Testes, integrante do Movimento de Teatro de Rua da Bahia, ele mantém entendimentos para incentivo ao trabalho de comunidade, teatro social e cidadania cultural. “A proposta é realizar oficinas em comunidades, que culminarão numa mostra e na formação de agentes multiplicadores”, pontuou. “É fundamental dinamizar a cultura local, assegurar à sociedade a expressão criativa de valores, de forma livre e heterogênea”.

O presidente da Rede Caravana Cultural dos Alagados, Sullivan Santos, afirma que a FGM é uma referência municipal ligada à cultura. Representante da quarta maior comunidade da capital baiana, ele conta que a produção cultural, sobretudo em áreas periféricas, não é possível sem o apoio financeiro do poder público. “As comunidades têm grande massa de pessoas produzindo cultura. E nós recebemos apoio da FGM. Somos a massa, o povão. Nós, como rede presente em 20 grupos (www.caravanacultural.xpg.com.br), precisamos do poder público, pessoas que entendam dessa necessidade, com linguagem social da periferia, que dê assistência cultural”, reforçou.

Cinema popular – Seguindo a proposta, a FGM iniciará no próximo dia 26 o projeto Cinema na Praça, evento que acontece há 20 anos e exibe filmes nacionais e internacionais para um público que já chegou a 500 pessoas, na Praça Municipal, às quartas-feiras. “A reestreia do Cinema na Praça se dará numa noite de lua cheia, com exibição de Avatar, de James Cameron”, adiantou a chefe de gabinete da fundação, Célia dos Humildes.

A proposta de cidadania cultural também é empreendida no município através do programa de Pontos de Cultura, do Ministério da Cultura, que funciona em 11 localidades, com projetos nas áreas de música, dança, capoeira, maculelê, samba de roda, hip hop, produção de vídeo, figurino, informática e produção de texto.
Organização 2 de Julho – As ações para as comemorações dos 187 anos de Independência da Bahia foram iniciadas com a convocação dos grupos participantes para uma reunião preparatória, marcada para 27 de maio. Tradicionalmente, além dos grupos que desfilam, como Encourados do Pedrão, Índios Guaranis da Ilha de Itaparica, as Filarmônicas e Fanfarras, toda a estrutura da administração municipal é envolvida na preparação da festa.

A pretensão para as comemorações da Independência da Bahia é de que o plano municipal de revitalização dos monumentos seja iniciado com aqueles que ficam no trajeto do cortejo, da Lapinha ao Pelourinho e da Praça Municipal ao Campo Grande.

O plano para a revitalização de monumentos históricos de Salvador foi elaborado conjuntamente por diversos órgãos municipais e propõe a valorização da história e beleza de Salvador, primeira capital do Brasil.
Segundo o gerente de Sítios Históricos da FGM, Marco Antonio da Rocha, a capital baiana tem 179 monumentos, entre fontes naturais e luminosas, bustos, estátuas esculturas, painéis e memoriais. “O plano é a recuperação de 10 deles, exatamente os que estão no circuito do cortejo”.

Além da recuperação, também está sendo preparada uma cartilha, destinada aos alunos da rede municipal, com a função educativa de familiarizar as novas gerações com a história desses monumentos, estimular a visitação e consequentemente a conservação. “A partir da escola, dos estudantes, chega-se à comunidade e à ambição de criar uma consciência coletiva”.

A proposta vai mais além e quer envolver toda a sociedade, com o projeto de adoção de monumentos, nos moldes do projeto de adoção de praças.