Secult continua celebrando o mês da Consciência Negra

26 de nov de 2011 - dev

No lugar do barulho diário da Feira de São Joaquim de vendedores e compradores, quem esteve por lá na sexta-feira (25), ouviu o som percussivo da Banda Malê Debalê e músicas do mesmo ritmo. A tradicional feira amanheceu mais animada com as comemorações do mês da Consciência Negra. O evento foi promovido pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), por meio do Fundo de Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (Fiema).

Mas as comemorações não param por aí. O Fiema vai realizar mais duas atividades para encerrar as comemorações do mês da consciência negra. De 28 de novembro a 5 de dezembro, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Lindaura Andrade Mendonça, na Fazenda Grande do Retiro, vai abrigar a exposição fotográfica “Mulheres Negras: Uma história Bem Contada”. No dia 30 de novembro, às 8h, acontece o Seminário Saúde Integral da Mulher Negra, na Faculdade Visconde de Cairú.

Na sexta-feira, o Barracão dos Quiabos, que pelo terceiro ano consecutivo sedia o evento, estava cheio de alunos, professores e feirantes. A programação contou com oficina de estamparia em camisetas; orientação de saúde para a população negra; cortejo percussivo; Grupo de Samba da Escola Municipal Orlando Imbassahy; Fanfarra da Municipal Cidade de Itabuna; das Paparutas do Patty, da Municipal Josefa Carlos Borges; Coral da Municipal Nossa Senhora da Paz, entre outras.

Os alunos da Municipal Orlando Imbassahy, no bairro de São Marcos, estavam caracterizados de capoeiristas e as alunas vestidas de roupas de ração, homenageando as baianas de acarajé pelo seu dia, também comemorado nesta sexta-feira. “As baianas representam os negros e sua importância para cultura da cidade”, explica a aluna Jennifer Souza, de 11 anos.

Nos anos de 2009 e 2010, o Fiema ocupou o Barracão dos Quiabos e propôs uma diversidade de atividades, direcionadas principalmente às mulheres da feira. Este ano, a programação foi ampliada, passando a contemplar também estudantes, professores, coordenadores e gestores das escolas da rede municipal, criando assim novos vínculos e relações com o público cotidiano do local. “A Feira de São Joaquim não é só um espaço comercial, é significativo para as lutas negras e as escolas devem resgatar essa cultura”, esclarece a gestora do Fiema, Jussara Rosa.

Dono de uma bela voz, João Andrei, de 11 anos, que integra o Coral da Municipal Nossa Senhora da Paz, no Bairro da Paz, fez todo mundo dançar e cantar com suas músicas. “O Dia da Consciência Negra é para homenagear as lutas dos negros e valorizá-los”, conta.