Caminhada de escolas municipais na Liberdade alerta sobre necessidade de combater racismo

23 de nov de 2018 - Jornalismo

Aluno do 5º ano A da Escola Municipal Vila Vicentina, Luís Henrique Santos, de 11 anos, segurava um cartaz com a frase: “Respeito é bom e todo mundo gosta”. Ele foi um dos cerca de 350 estudantes, de dez escolas municipais do bairro da Liberdade, que estiveram reunidos, na manhã desta sexta-feira (23), com um único objetivo: celebrar o Mês da Consciência Negra e conscientizar a população sobre a importância do combate ao racismo.

Puxada pelo som dos tambores do Bloco Muzenza, saindo do Plano Inclinado, a “II Caminhada das Escolas Municipais do Polo Liberdade” seguiu até o Largo da Soledade, homenageando nomes que marcaram a história de luta da classe negra, como Nelson Mandela, Pelé, Daiane dos Santos, as judocas Rafaela Silva e Ketleyn Quadros, João do Pulo, os cantores Dorival Caymmi e Edson Gomes e o bloco afro Ilê Aiyê.

Pela primeira vez na caminhada, Luís Henrique demonstrou esperança. “Que essa caminhada una as pessoas e faça com que elas entendam que todos nós somos seres humanos e merecemos respeito, e que parem com essas atitudes de preconceito e discriminação”, afirmou.

“A sociedade precisa compreender que é necessário o fortalecimento dos nossos elos, vínculos e da nossa cultura. Trazer essa ação para as ruas é de grande importância para chamar atenção para o combate ao racismo. Viemos lembrar que somos todos iguais e merecemos respeito”, afirma a gerente regional de educação, Jussara Rosa.

Além de professores, gestores, funcionários e agentes da educação, a caminhada também atraiu a população, que foi animada ainda pela Fanfarra da Escola Municipal Helena Magalhães. “O combate ao racismo não pode deixar de ser falado nunca, pois as pessoas precisam se educar e se conscientizar de que ninguém nasce preconceituoso, são ensinadas a serem. Precisamos falar disso cada vez mais para que nossas crianças, que são o nosso futuro não sejam racistas e possamos construir uma sociedade mais igualitária”, declara Aurelina Maria, de 59 anos, dona de casa e moradora do bairro da Liberdade.

Participaram da caminhadas as escolas municipais Cardeal da Silva, Zacarias Boa Morte, Vila Vicentina, Josafá Carlos Borges, Gisélia Palma, Adalgisa Sousa Pinto, Nossa Senhora de Nazaré e Pirajá da Silva.

A iniciativa da Secretaria Municipal da Educação (Smed), através da Gerência Regional da Educação (GRE) Liberdade/Cidade, teve o apoio da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar, Conselho tutelar IV, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Prefeitura Bairro da Liberdade/São Caetano, Guarda Municipal, Transalvador e do Conselho Municipal das Comunidades Negras (CMCN), vinculado à Secretaria Municipal da Reparação (Semur).