Capoeira como elemento de Inclusão Social e Educação

01 de set de 2007 - dev

Antonio Luiz Diniz

A importância da capoeira como elemento de inclusão social e de educação foi o principal ponto destacado pelos participantes do II Festival de Capoeira da Rede Municipal de Ensino, que aconteceu quinta-feira, no Parque da Cidade, no Itaigara. O evento, promovido pela Secretaria Municipal da Educação e Cultura contou com a presença de 330 alunos de 23 escolas e alcançou grande sucesso.

A capoeira, que surgiu nas senzalas e sempre foi praticada em espaços públicos da cidade, chegou às escolas e hoje está tão forte que disputa a preferência com o futebol entre a garotada. O II Festival serviu também como integração e acabou se transformando numa grande aula porque reuniu os principais mestres e contra-mestre de Salvador e foi muito importante para a turma que está começando agora.

A professora Ivone Portela, titular da Coordenação de Educação Esportiva da SMEC disse que o festival alcançou seu objetivo, porque além de manter viva uma forte cultura da nossa terra, faz um trabalho de inclusão e procura despertar o interesse pelo esporte de um modo geral. “A capoeira desenvolve uma série de habilidade que termina ajudando na formação dessas crianças e a educação é nosso objetivo principal”.

O professor Acúrsio Esteves que trabalha na Coordenadoria de Educação Esportiva fez questão de destacar que “todo capoeira gosta de estudar” e na sua opinião isso ficou claro mais uma vez com o interesse dos alunos pelo festival. Ele citou a importância do intercâmbio dos estilos de cada mestre e contra-mestre, porque ajuda o garoto que está começando agora.

O festival foi aberto com uma grande aula comandada pelo mestre Pimpão, que aproveitou para lançar uma nova música, feita em protesto pelo esquecimento da capoeira pelos organizadores dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. “ Disseram que tanto na festa de abertura como no encerramento que a cultura nacional seria valorizada, mas esqueceram logo da capoeira. Isso realmente não tem perdão”.

Depois do aulão, cada escola fez sua apresentação e no final teve um “rodão” só com os mestres, contramestres e alunos graduados. Nessa hora, um momento muito especial foi quando os grandes mestres jogaram capoeira com crianças de até cinco anos. “Essa geração que está aqui vai manter viva nossa cultura, por isso estou muito feliz com a realização desse festival”, disse o mestre Pimpão, fazendo questão de parabenizar o secretário Ney Campello, pela iniciativa. “Tomara que este projeto ganhe cada vez mais força e continue por muito tempo”.