Colóquio Afro-Indígena destaca a importância dos movimentos sociais

11 de nov de 2010 - dev

Educadores, gestores e estudantes do segmento Jovens e Adultos participaram de um momento significativo de discussões sobre a história e cultura Afro-brasileira e Indígena e sua aplicabilidade no cotidiano e no dia a dia das salas de aula das escolas públicas de Salvador. A discussão foi durante o III Colóquio Afro-Indígena, realizado na noite desta quarta-feira (10), que contou com a palestra do mestre em educação e pedagogo Otto Vinícius Agra.

Os desafios e avanços das leis 11.645/08 e 10.639/03, que obrigam o ensino das culturas indígena e africana nas escolas, foram os temas chave da discussão. Durante a palestra, que também acontece durante esta quinta-feira (11), Otto pontuou desde a trajetória do movimento negro no Brasil e no mundo, até os dias atuais, fazendo um paralelo com a realidade dos educadores da capital baiana. “As leis não caem de pára-quedas, configuram um longo processo de explosão de políticas de ações afirmativas voltadas para o negro”.

Otto destacou nomes importantes como Abdias do Nascimento, Zumbi dos Palmares e Fernando Henrique Cardoso, este último, que foi o primeiro presidente do Brasil a reconhecer que no país havia desigualdade social e discriminação. “Esse reconhecimento foi uma conquista do movimento negro diante de tantos anos cobrando políticas públicas de igualdade e não uma bondade ou sensibilidade do presidente”, ressalta o palestrante.

Cerca de 100 jovens e adultos do segmento EJA das Escolas Municipais Murilo Celestino, Municipal Álvaro da Franca Rocha e Municipal Maximiniano da Encarnação estiveram presentes no Colóquio. A aluna Valdelice dos Reis, de 55 anos, disse nunca ter participado de uma discussão envolvendo o tema e ficou satisfeita com as informações sobre leis, além de prometer que vai continuar se informando sobre assunto.

Uma apresentação cultural, comandada por Dona Cici, que relatou histórias e valores da sociedade, também fez parte da programação. A iniciativa do encontro reforçou a importância da aplicação da lei no ambiente escolar.

“Este é um momento de provocação para que percebamos quais canais e caminhos que os educadores devem seguir no dia a dia. É
necessário priorizar a temática, não só como material didático, mas sim, tornar a discussão pontual e diária” ressalta Adenildes Teles, coordenadora regional da Educação de Cajazeiras.

Programação – Nesta quinta-feira (11), durante todo o dia, serão realizados no Centro Cultural de Plataforma palestras e debates envolvendo temas como religiosidade afroindígena, a mulher negra e a mídia e o negro no Brasil de hoje.

Esta ação é idealizada e desenvolvida pelas Coordenadorias Regionais de Educação Subúrbio I, Cabula, Cajazeiras e São Caetano.