Consciência Negra: Escola Municipal Teodoro Sampaio realiza Festival da África

21 de nov de 2019 - Jornalismo

A Escola Municipal Teodoro Sampaio, situada na Santa Cruz (GRE Orla), realizou na manhã da terça (19) e da quarta (20) o Festival da África, evento trabalhado há muitos anos na escola pelos alunos e comunidade escolar com o objetivo de empoderar e conscientizar através de exposições e apresentações culturais.

“Hoje a África definitivamente se instalou na Teodoro Sampaio. Os alunos passaram o mês inteiro fazendo as produções e nesse evento começam as apresentações. Foi um processo de construção que resultou em um trabalho como esse de representatividade e equidade. O resultado é o sorriso estampado, o empoderamento e o aumento da autoestima”, disse a diretora Maria de Lurdes Souza Torres.

A abertura do evento contou com a participação da ex-aluna e professora da Teodoro Sampaio, também militante da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Clarice Pereira dos Santos, que promoveu no auditório da unidade, um bate papo com os alunos contando um pouco da vivência dela e de como se tornou uma defensora dos direitos do povo negro. Logo após o bate papo, alunos do nono ano fizeram uma performance de dança com a música “Indestrutível” de Pabllo Vittar. Nos corredores da escola, foi realizada uma exposição com fotos, maquetes, representações dos livros de literatura, trazendo um pouco da história com releituras dos dias atuais.

O professor de arte, Robson Costa, falou da importância do momento e de como os estudantes interagiram na produção dos trabalhos. “A semana da Consciência Negra geralmente começa com uma participação muito grande dos alunos, a escola toda se movimenta em função desse momento tão esperado por eles e por todos nós professores. O trabalho que foi feito para minha disciplina envolveu contos de Machado de Assis que foram transformados em instalações artísticas com interpretação livre”.

Para o estudante Ageu Douglas Souza do Nascimento, 13, que quer ser artista plástico, o momento foi de aprender ainda mais sobre a cultura negra. “Com esse trabalho você aprende a interagir com as pessoas e a descobrir que todos nós temos os mesmos direitos, somos todos iguais e que não precisamos baixar a cabeça diante de situações constrangedoras como o racismo. Eu pretendo levar esse aprendizado para as pessoas lá fora, bem como a história e a sabedoria do povo negro e a convivência da paz com todas as etnias”.