Educação quilombola é tema de formação para professores e lideranças das ilhas de Salvador

22 de fev de 2021 - Jornalismo

Setenta e cinco pessoas, entre profissionais da educação e lideranças das ilhas de Maré, dos Frades e de Bom Jesus dos Passos, participaram nesta segunda-feira (22) do lançamento virtual do Projeto Ancestralidade Griot: “Eu vim de Ilha de Maré. Mano!”. Foi a primeira atividade de uma série de encontros formativos que ocorrem de 25 de fevereiro a 10 de maio. O projeto, que tem atividades até 2022, tem como objetivo contribuir para a qualidade social da educação nas comunidades quilombolas da região, no mapeamento participativo dos bens histórico-culturais e na produção de um acervo digital.

A formação tem carga horária de 70 horas, está organizada em quatro módulos – identidade, ancestralidade, resistência e educação escolar quilombola, e tem o apoio da Secretaria Municipal da Educação (Smed), através do Núcleo de Políticas das Relações Étnico-Raciais (Nuper), da Gerência Regional do Subúrbio II e Ilhas e da Escola Municipal da Ilha de Maré. Os encontros serão às segundas, quartas e sextas-feiras, das 15h às 17h, pela plataforma Meet. O processo formativo terá como facilitadores importantes intelectuais quilombolas da Bahia e do Brasil, como o historiador Antônio Cosme, a bióloga Jussara Rêgo, a pedagoga Fátima Barros, lideranças de comunidade quilombola, entre outros.

De autoria da professora Nádia Cardoso, da Escola Municipal de Ilha de Maré, o Projeto “Ancestralidade Griot: Eu vim de Ilha de Maré. Mano!” foi um dos 15 trabalhos selecionados, entre os mais de 600 projetos de todo o Brasil, pelo Edital Equidade Racial na Educação do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), em parceria com Instituto Unibanco, Itaú Social, Fundação Tide Setubal e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

De acordo com Nádia, a ideia do projeto é fundamentar professoras e professores a promover a educação escolar quilombola em acordo com as diretrizes curriculares nacionais de 2012, as diretrizes estaduais da Educação Quilombola de 2013 e as diretrizes municipais de 2015. “Apesar do avanço na conquista dessas legislações, as professoras e professores precisam se envolver num processo de formação de forma que entendam a história das comunidades quilombolas no Brasil e a importância da educação escolar para essas comunidades”, destaca.

O curso é voltado, prioritariamente, para professores e professoras das ilhas de Salvador e para Comunidades Quilombolas do Estado da Bahia. A inscrição pode ser feita nos links abaixo:

– Lideranças e Comunidades: https://forms.gle/2EiSiqj41tfBxpYv6

– Professoras e Professores: https://forms.gle/HvpLSg9NfcGeSi597