Encontro discute experiências inclusivas e sexualidade na rede de ensino  

02 de dez de 2016 - Jornalismo

 Mais de 250 profissionais da rede municipal de ensino marcaram presença na III Mostra de Experiências Educacionais Inclusivas e Sexualidade, realizada pela Secretaria Municipal da Educação (Smed) na última sexta-feira (2), no auditório da Unopar, na Avenida ACM. O evento contou também com a presença de diversos palestrantes, apresentação musical e debate entre os profissionais presentes.

A ação teve o propósito de refletir sobre a sexualidade na pessoa com deficiência, além de socializar experiências bem-sucedidas no processo de inclusão dos alunos, público alvo da Educação Especial, inclusos na escola regular e alunos hospitalizados e ou em atendimento domiciliar. De acordo com Tereza Cristina de Holanda, supervisora da Coordenação de Educação Inclusiva e Transversalidade da Smed, os docentes desenvolvem atividades para que a criança com deficiência não fique presa na sala.

“É preciso participar do que está acontecendo, das atividades propostas pelo professor, de forma que os coleguinhas acolham esse aluno. Essa ação é uma forma de mostrar que a inclusão dá certo, que incluir é um direito e que a escola pode fazer e fazer bem feito. Para os professores que vieram assistir, isso serve como modelo. Todos os relatos e palestras servem para eles como aprendizado para que, futuramente, cada um possa desenvolver isso na própria escola que ensina”, explicou Tereza.

A mostra foi aberta com a palestra sobre Sexualidade na Pessoa com Deficiência, ministrada por Lilia Maria de Azevedo, doutora em Genética pela Universidade de São Paulo, que falou sobre a reflexão necessária para acabar com todo e qualquer preconceito, além de derrubar mitos de que a pessoa com deficiência não tem sexualidade e nem desejo.  Em seguida, foi a vez dos relatos das professoras Kátia Leite e Amanda Botelho, do Centro de Atendimento Educacional Especializado: Centro de Intervenção Precoce do Instituto de Cegos. Durante o intervalo, foi realizada a apresentação com os professores de música do “Martagão tem Saúde e Educação”.

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Desafio – A segunda etapa do evento contou com Rita de Cássia Silva, professora do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Castro Alves. Ela mostrou os desafios de incluir uma criança com paralisia cerebral na turma e também o desenvolvimento dessa criança ao longo de um ano na escola, sendo um modelo positivo e sendo estimulada pelas outras crianças.

A professora desenvolveu um projeto sobre os elementos da natureza “Terra, Água, Fogo e Ar: as diferenças vão te encantar”, e criou circuitos interativos, assim a criança interage com o objeto e com os demais colegas, onde podem se locomover, transpor obstáculos, saltar, pular e dessa forma, desenvolver a coordenação motora.

Lívia Conceição Diácono é mãe do aluno Eduardo, que tem apenas 4 anos e nasceu com isquemia cerebral, que resultou na paralisia cerebral. O pequeno tem a parte cognitiva clinicamente preservada, mas possui dificuldades motoras. “Desde que ele nasceu, eu e o pai dele sempre pensamos em estimulá-lo de todas as formas. Esse ano, já na escola, todos os diretores, professores e também os colegas o acolheram. Eles são muito importantes, Eduardo não se percebe diferente. Tivemos ótimas indicações da Cmei e entendemos que a escola é parceria com a família e não é responsável pela educação, mas sim, pela manutenção da educação que a gente dá em casa. É uma continuidade”.

A mostra foi encerrada com a palestra da professora Roberta Bahiense, da Escola Municipal Hospitalar e Domiciliar Irmã Dulce e depois, a Sala de Recursos Multifuncionais: Escola Municipal Esperança de Viver, com a professora Claudete Ramos, que trouxe um estudo de caso de um aluno que ficou traumatizado devido ao assassinato da sua professora, que também o acompanhava na sala de recursos, professora Sandra Denise. Também foi mostrada a rotina que é feita com os alunos com deficiência, os materiais usados como, livros ilustrados com cores, objetos e atividades elaboradas especificamente para eles.

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