Escola lança cartilha com biografia de personalidades negras

11 de dez de 2009 - dev

Em reconhecimento as contribuições da cultura africana para a formação do povo brasileiro, a Escola Municipal Maria Quitéria lançou nesta quinta-feira (dia 10) a cartilha “Praça Harambe, Líderes Negros”, composta por biografias de líderes negros de Salvador e da África. O lançamento contou com a presença do secretário municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Soares, da juíza Luislinda Valois, do secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira, além de outros homenageados, corpo docente escolar, alunos e pais.

Personalidades como Nelson Mandela, Lázaro Ramos, Mãe Hilda, Gilberto Gil, Martagão Gesteira, Carlos Soares, Abdias Nascimento, dentre outros, fazem parte do livro, que será trabalhado em sala de aula com os estudantes. Os líderes homenageados tiveram suas fotos expostas em quadros, formando uma grande galeria na praça de lazer da escola.

“Já recebi muitas homenagens, mas esta foi realmente muito emocionante. Este livro, junto com a galeria, reforça e contempla a importância da educação afrobrasileira e do ensino da história”, afirmou emocionado o secretário Carlos Soares. A juíza de direito Luislinda Valois destacou que a união da raça é de fundamental importância para que todos possam ocupar espaços dignos na sociedade.

“É muito difícil, eu como negra, ver esta realidade. A elite dominante só vence porque se une e é isso que os negros devem fazer: se unir. Somos a fortaleza deste país e demos uma contribuição imensa para esta nação. Quem quiser saber o preconceito que o negro sofre no dia a dia, é só ficar negro por 24 horas”, desabafou a primeira juíza negra do Brasil

Cerca de 20 estudantes abrilhantaram o evento com a apresentação da peça “Nzinga: A Rainha Guerreira”, que retrata a vinda do povo africano para o Brasil. Segundo a diretora da escola, Alda Conceição, durante dados biográficos de personalidades negras foram trabalhados durante o ano letivo como forma de estimular a valorização da raça para os estudantes. Também, foram realizadas exposições e mostras na Praça Harambe, que significa ‘vamos trabalhar juntos’. Foram confeccionados 500 exemplares.