Escola Municipal de Periperi exibe a gravação da peça “O pequeno príncipe preto”

01 de jun de 2023 - Jornalismo

Estudantes do Fundamental I e II tiveram uma tarde de aprendizado, descobertas e história sobre ancestralidade, com a exibição da peça “O Pequeno Príncipe Preto”, inspirada no livro homônimo de Lázaro Ramos. Uma releitura do clássico que encantou tantas pessoas, agora com uma abordagem sobre preconceito, discriminação, inclusão e bullying. A ação foi realizada na Escola Municipal de Periperi, na terça-feira (30). Além da peça, os alunos puderam assistir também a apresentação do coral da escola.

Segundo, Fernanda Nunes, diretora da escola essa temática sempre foi debatida e ensinada em sala de aula. “É um trabalho que a escola já desenvolve, a discussão sobre a temática faz parte do nosso projeto pedagógico. As escolas precisam estar muito preparadas para o desenvolvimento desse processo de transformação e eu creio todo educador precisa estar atento para o debate em sala de aula”.

A idealizadora da ação, Maria José da Conceição Oliveira, mais conhecida como Zezé, professora de língua portuguesa, matemática, ciências e práticas literárias na unidade, afirma que o objetivo de exibir a peça foi para ampliar o conhecimento dos alunos sobre a questão racial. “Ainda vivemos nessa realidade de muito preconceito, eu tento trazer esses contos para desmistificar a ideia de que o que vem do negro não presta. Os clássicos são povoados de príncipes brancos e princesas brancas e aqui mostramos para os nossos alunos que o negro também pode ser um príncipe, uma princesa e até mesmo um rei e que eles são capazes”.

Ator da peça e professor de artes, José Carlos Oliveira de Deus Junior destaca a importância de trabalhar a questão da educação antirracista com os alunos. Essa escola tem as nossas mãos negras, então precisamos que eles entendam e valorizem essa questão, pois ninguém nasce odiando, as pessoas aprendem a odiar e ser preconceituosas, precisamos sim, das nossas representatividades para desmistificar comportamentos”, ressaltou o professor.

Deise dos Santos Aragão da Cruz, 43, Técnica em enfermagem e mãe de aluno, conta que a forma de apresentação agregou ao conhecimento dos alunos e que a família tem que participar. “A educação de nossos filhos é uma junção da escola e família. É muito importante a gente ter essa participação, como foi dito, mostrar a importância para os nossos filhos de que não é a cor da pele que vai diferenciar o caráter de uma pessoa e sim aquilo que a gente traz de nossa educação familiar, da nossa personalidade, temos que ajudar os nossos filhos e fazer o nosso papel”.

“Precisamos lutar contra o preconceito, participar das ações nas escolas ajuda a desmistificar e isso é a prova que investimento em educação é importantíssimo, e para termos bons resultados é necessário que a família caminhe junto com a escola”, afirma Elenilda Gomes de Pinho, 43, também mãe de aluno.

A aluna Iasmim Bispo Correia, 12, 6º ano, revelou que já sofreu bullying na escola e foi muito dolorido. “A peça foi ótima, falou de orixás, sobre o racismo e o bullying. Eu já sofri com o bullying não é legal, doí muito, mas hoje já sei lidar com isso, pois eu sei que é feio e eu não faria nunca isso com um colega. Eu me acho muito linda e gosto da minha cor”, ressaltou.