A Escola Municipal do Calabetão (GRE Cabula) comemorou na manhã da sexta-feira (26) o Julho das Pretas e Pretinhas. O evento contou com uma roda de conversa para estimular a reflexão sobre a data, além de oficinas de turbantes, manicure e corte de cabelo. É a primeira vez que a escola comemora o Julho das Pretas, mas a direção já planeja outras ações com a proposta de empoderamento para as mulheres e crianças negras da comunidade.
Segundo a diretora da escola, Tatiana Bastos, a ideia do evento foi proporcionar para a comunidade escolar e do entorno, um momento de alegria e empoderamento. “Essa ação é um sonho que venho planejando há muito tempo. O calabetão é uma comunidade que precisa de ações desse tipo. Futuramente vou fazer um agendamento para realizar outros encontros que tragam momentos como esses, de troca”.
Conforme a pedagoga, Iracema Oliveira, que representa o projeto Força Feminina, as mulheres negras ocupam o topo no índice de vítimas de violência doméstica, obstétrica e de mortalidade infantil. “A proposta foi fazer uma roda de conversa e estimular a reflexão sobre a vida das mulheres negras na atualidade. Conversamos sobre esses dados e estabelecemos estratégias de superação dessas dificuldades enfrentadas nos dias de hoje”.
Ainda de acordo com Iracema, as mulheres que participaram do encontro estavam refletindo sobre o tema e fizeram comentários importantes para retroalimentar a discussão. “Foi bastante positivo ter vindo e percebido que algumas pessoas já sabiam o que é o Julho das Pretas, elas estavam muito atentas às informações”.
Para a artesã Nelma Cristina Cardoso, moradora da comunidade, o encontro foi muito positivo. Além da roda de conversa, ela participou da oficina de turbantes e penteados afro. “Adorei, foi maravilhoso, elas trouxeram informações que nos ajudam muito. É mais um dia que nós temos para refletir, que nós mulheres negras temos que ser respeitadas”, pontuou.
E não foram apenas as mulheres que aproveitaram o dia. As meninas da escola também, com a confecção de turbantes. Elas circulavam com adereços na cabeça, confeccionados na oficina e participaram numa sala reservada de contação de histórias com a temática da aceitação. A estudante Tamíres, de apenas 7 anos, estava muito contente com um turbante bem colorido. “Eu estou me achando bonita. Gosto muito de me enfeitar”, disse.
A coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do Calabetão, Cíntia Braga, contou com a parceria de empresa de cosméticos e com voluntárias da comunidade. “Trouxemos oficinas da Embeleze, oficina de turbantes para as crianças, voluntárias da comunidade que cortam de cabelo feminino e masculino, manicure. Reservamos ainda uma sala para as crianças participarem de uma discussão com o temas de aceitação, plantamos uma sementinha para elas passarem a refletir sobre a temática”.