Escola Municipal Padre Confa, no Costa Azul, comemora 17 anos

16 de jul de 2021 - Jornalismo

A Escola Municipal Padre Confa, localizada no bairro do Costa Azul (GRE Itapuã), festeja em julho os 17 anos de atividade. Para marcar o aniversário, a unidade escolar produziu um material comemorativo e distribuiu aos alunos e responsáveis com objetivo de criar ainda mais a sensação de pertencimento e o apreço pela escola. Inaugurada no dia 12 de julho de 2004 com o nome de Escola Municipal do Costa Azul, a unidade representou a realização de um sonho da comunidade local, que tinha como principal liderança o padre Gianfranco Confaloniere, conhecido como padre Confa.

Sacerdote da Paróquia de Santa Rosa de Lima, ele participou ativamente das lutas sociais das comunidades Paraíso Azul e Recanto Feliz junto às associações de moradores e outros movimentos populares. Com o falecimento do pároco em 19 de janeiro de 2002, a comunidade propôs, então, a mudança do nome da escola para Padre Confa, fazendo, assim uma homenagem a ele.

“Confa representava os sonhos de todos aqueles que acreditam em uma sociedade menos desigual. Sou professora e vice-diretora e tenho o privilégio de trabalhar nessa escola há 16 anos. Junto com minhas colegas e parceiras desenvolvemos o nosso trabalho dando sempre o melhor que podemos, pensando no desenvolvimento e aprendizado de nossas crianças”, disse a vice-diretora Maria do Socorro Ribeiro.

A professora Elane Cristina da Silva Martins trabalha na escola desde a inauguração. Para ela, o Padre Confa representa amizade, e é um exemplo que reflete até hoje em toda a comunidade. “A minha ideia de fazer o card foi para homenagear o aniversário da escola e também para representar esse sentimento de gratidão por fazer parte dos 17 anos dessa história. Por conta da pandemia, ainda estamos no trabalho remoto, escolhi o conteúdo digital para que pudesse chegar, por meio do grupo de whatsApp, à toda comunidade escolar a lembrança da história da nossa escola, bem como o carinho e cuidado que temos por todos”, disse.

Elane relembrou algumas histórias memoráveis nesses 17 anos. Segundo a professora, um momento muito importante foi a participação da escola um projeto esportivo da Secretaria Municipal da Educação (Smed) sobre as Olimpíadas sediadas no Brasil. “Recebemos a visita do jogador da Seleção Brasileira Edilson da Silva Ferreira, o famoso “Edilson Capetinha”, ele mostrou às crianças a medalha de ouro da Copa do Mundo de 2002, foi um dia muito feliz”, contou. De acordo com ela, outro momento foi o Show de Talentos, logo nos primeiros momentos da escola. “Tivemos também o Projeto Orquestra Sinfônica da Bahia foi um dia muito emocionante”, relatou.

Para homenagear essa data tão importante, a professora Silvia Melo Nascimento, que também trabalha na unidade desde a inauguração, compôs um poema sobre a escola. “Eu gosto muito de poemas e versos, porque eles expressam sentimentos da nossa vida de forma bela. Então, cada aniversário da escola é também, mais um ano na vida da gente que trabalha na comunidade. São anos cheios de memórias, mudanças e vivências que me emocionam muito”, afirmou.

“Parabéns, linda escola! Continue toda prosa brilhante e aconchegante. Seus anos de vida bem vivida, com lindas memórias de tempos de glória e crescimento vão além da história, pois você está no nosso pensamento, coração e superação. Feliz por você existir, linda escola. Com sua construção, que ultrapassa cabos e cimento, porque tem amor, vida, saudade, momentos e sentimentos. Meus parabéns! Você é 100!”

Biografia- Gianfranco Confaloniere nasceu em 21 de abril de 1926, em Triuggio – Itália. No ano de 1948, entra para a Companhia de Jesus (Ordem Jesuíta). Em 1955, chega ao Brasil, na cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. Em 1960, vindo do Rio Grande do Sul, assumiu a assistência da JOC – Juventude Operária Católica, permanecendo até 1964.
Por volta dos anos 1965 até 2002, marca a sua trajetória na Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará e Amazonas como pároco e integrante dos movimentos sociais em favor dos trabalhadores em um trabalho de conscientização de seus direitos e deveres.
Foi secretário do MEPES – Movimento de Educação e Promoção Agrícola; em seguida, trabalhou na Equipe Urbana do Alagados. Em Salvador, apoiou a luta por moradia em mais de vinte comunidades, entre elas: “Cai Duro”, Tubo, Rocinha, Areal, Polêmica, Calabar, Itinga, Canabrava, Pelourinho Centro, Lobato, Novos Alagados; Santa Rosa de Lima (Recanto Feliz e Paraíso Azul).
Participou da criação do MDF – Movimento de Defesa dos Favelados, neste movimento, nos anos de 1988, chegou a ser ferido na Câmara de Vereadores de Salvador em protesto contra a expulsão de moradores. Em 15 de fevereiro de 1999, após atuar no Pará e Amazonas, retorna à Salvador, onde participou do movimento social de apoio ao “povo da rua”, participando do I Congresso de Catadores de Papelão e da marcha do povo da rua, em Brasília, junho de 2001. Faleceu em Salvador em 19 de janeiro de 2002.