Escola municipal terá que mudar de local por causa da violência

13 de ago de 2012 - dev

Projetos pedagógicos premiados nacionalmente, professores qualificados e alunos dispostos a aprender. A fórmula parece perfeita para uma educação de qualidade, mas a violência tem mudado o rumo dos profissionais e estudantes do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Vovô Zezinho, no bairro do Arenoso, que terá mudar de local por conta da insegurança. O CMEI atende 151 alunos de 1 a 5 anos.

A unidade é uma das escolas referência da rede pública de Salvador e tem um trabalho pedagógico reconhecido, tendo recebido prêmios como Pontinhos de Cultura, do Ministério da Cultura e o Arte na Escola, realizada pelo Instituto Arte na Escola Cidadã. Apesar do trabalho, muitas vezes a voz dos professores e o som das brincadeiras dos alunos são abafados pelos tiroteios nas ruas do bairro. Além disso, as aulas já foram suspensas por ‘toques de recolher’ na região.

A transferência da sede da escola será realizada ainda este ano e está sendo providenciada pela equipe de reestruturação da rede física escolar da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult). Os técnicos estão buscando um imóvel no bairro ou em outro próximo para que os alunos sejam transferidos imediatamente. É importante ressaltar que a nova sede será instalada mais próxima possível de onde funciona a escola atualmente.

RONDA ESCOLAR – Em março deste ano, a Polícia Militar da Bahia garantiu que a segurança nas escolas seria reforçada pela Ronda Escolar. Bacelar chegou a apresentar ao secretário estadual da Segurança, Maurício Telles Barbosa, um mapeamento das regiões e a proposta para assinatura do convênio. Entretanto, problemas burocráticos impediram que o convênio fosse firmado.

“Nosso objetivo maior é o bem estar dos nossos alunos e profissionais. Não medimos esforços para que haja segurança e tranqüilidade no ambiente escolar, mas isso do portão para dentro. Garantir a segurança do portão para fora infelizmente não está ao nosso alcance e o resultado são situações tristes como esta do CMEI Vovô Zezinho”, lamentou o secretário.

Além da violência, as instalações das escolas da rede municipal também são alvos de ato de vandalismo. Segundo Bacelar, somente em 2012, a Secult gastou R$ 3 milhões com a recuperação de escolas por conta de atos de vandalismo e violência. “Por isso nós reforçamos a importância da preservação trabalhando isso em sala de aula e fazendo com que o exemplo chegue às comunidades”, concluiu.