No terceiro encontro para formação do Núcleo Interno do Programa de Combate ao Racismo Institucional (Nuper), realizado no formato virtual, na última quarta-feira (17), foi abordada a temática: Racismo como Estruturante Social. Na oportunidade os organizadores da pauta formativa do dia explicaram o quanto o racismo é naturalizado e por esse motivo é importante a participação de processos formativos para compreender e combatê-lo.
A proposta da formação é afinar o discurso entre todos e todas que compõem o Núcleo Interno, com objetivo de ampliar a discussão do tema nos diversos setores da Educação e, consequentemente, adquirir uma estrutura que seja ampliada para toda a Rede. O próximo e último encontro será presencial e já está agendado para dia 14 de dezembro.
Segundo Jucineide Lessa de Carvalho, coordenadora pedagógica na Gerência Regional Pirajá, o racismo é tão estruturante que as pessoas naturalizam. “Aprendemos com as mídias, o imaginário social e a cultura até onde podemos ir e onde não nos cabe. É participando de processos de formação e tendo compreensão sobre o combate ao racismo institucional que precisa ser fortalecido por programas como o PCRI que vamos percebendo. Aí sim, conseguimos identificar sinais de perseguição ou de desvalorização do nosso trabalho e de nossas atitudes”, explica.
Jucineide sugere ainda que uma das formas de mobilização é a participação de todas as iniciativas que discutam questões étnico-raciais. “A outra maneira é estudar. Não há como o empoderamento cognitivo se materializar sem que o conhecimento seja profundo”, frisou.
De acordo com Gilson Souza Santana, integrante do Nuper, o racismo é disseminado por via de vários aparatos ideológicos. Um deles é a escola. “Por isso, se faz necessário ter uma formação com os profissionais da educação no sentido de descolonizar esse currículo eurocêntrico. Para tanto, urge evidenciar a história africana e afro brasileira. Precisamos referendar o grande legado dessa matriz. Por fim, empreender outras epistemologias afrocentradas senão, acabar com o epistemicídio”.