GRE Itapuã promove palestra sobre o ensino das histórias e cultura dos povos indígenas nas escolas

28 de abr de 2023 - Jornalismo

 

A gerência regional de Itapuã (GRE/Itapuã) realizou na quinta-feira (27), palestra sobre o Ensino das Histórias e Culturas dos Povos Indígenas, no auditório do Lar Harmonia, em Piatã. A ação voltada para os gestores, coordenadores e professores da Rede Municipal, teve o objetivo de contribuir com as unidades escolares na discussão da temática indígena, sugerindo leituras e propostas de atividades.

Conforme Natalina Bomfim, coordenadora pedagógica (GRE Itapuã), a atividade é para intensificar as práticas de leitura e desconstruir a antiga forma de pensar sobre os povos originários. “Nos reunimos para dialogar sobre o ensino das histórias e cultura dos povos indígenas, de como trabalhar a temática em sala de aula. conversamos ainda com os gestores, coordenadores pedagógicos, professores e membros do Nuper para contribuir com as escolas, estamos finalizando o Abril Indígena, mas queremos também falar sobre a temática étnico racial”.

A palestra foi ministrada pelo mestre em educação, escritor e indígena do povo Payáyá, Ademário Ribeiro, que fez uma exposição de objetos Indígenas e do último livro de sua autoria, Oré-Íandé (Nós sem vocês – Nós com vocês). “É Importante sairmos daquele termo pejorativo “Índio” pois não somos Índios e sim povos originários de pessoas que nasceram da terra, então indígena, por ser uma palavra latina e que tem o significado de “Filhos da terra”, representa melhor nosso povo”, explica.

As coordenadoras pedagógicas, Gabriela Moreira e Edilene Fonseca, dos Cmei’s Almir Oliveira e União da Boca do Rio, respectivamente, disseram que essa é uma forma de desconstruir paradigmas. “Há uma necessidade de que o tempo todo a gente precise revisitar elementos que fazem parte do que está dentro da escola, então conhecer mais sobre a nossa história, enquanto povo brasileiro em especial os povos indígenas, faz com que não só a criança, mas nós docentes também, possamos desconstruir antigas informações e ter práticas mais respeitosas para todos”.

“A desconstrução desse estigma acaba condicionando as práticas dentro da escola, então, promover essa palestra com alguém de referência já é um start para que as escolas provoquem o corpo docente a pensar sobre tudo isso que está sendo dito aqui e poder levar para sala de aula, destacou Edilene Fonseca”

Ana Paula Souza Santos, membro do Nuper regional/ Itapuã e da Smed, destacou a importância das palestras. “Esses encontros precisam ser e irão ser diários com a comunidade escolar, para que eles reflitam um pouco sobre como inserir essas instruções sobre as relações sociais e étnicos raciais entendendo que a sociedade é formada por diferentes sujeitos e de diferentes etnias.”

“Nós vivemos essa temática no dia a dia e na sala de aula, então resta sempre a dúvida, devemos comemorar o dia do Índio, como se tratava, as crianças devem ir pintadas de Índio para as escolas? A gente deve entender primeiro o que é a cultura indígena, as especificidades desse povo, para quê aí sim, possamos transmitir a história para as nossas crianças com mais segurança e tentando ao máximo, mitigar qualquer tipo de preconceito ou de conceitos que inferiorize qualquer tipo de etnia”, explanou Télio Barroso, gerente regional de Itapuã.