Duas impressoras 3D das Escolas Laboratórios (Escolabs) da Rede Municipal de Ensino estão sendo utilizadas para confeccionar protetores faciais que ajudem os profissionais de saúde a se proteger da contaminação pelo coronavírus. Os equipamentos foram disponibilizados pela Secretaria Municipal da Educação (Smed) para o projeto “Face Shield for Life 3D”, que conta também com a parceria da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis).
Atualmente são 45 pessoas envolvidas nesse trabalho, entre pesquisadores, professores e os chamados makers, responsáveis pela fabricação do Equipamento de Proteção Individual (EPI). Em pouco mais de uma semana, o grupo já produziu aproximadamente 900 máscaras para serem entregues, sem custos, às unidades públicas de saúde da capital baiana e de cidades do interior.
“É um trabalho muito importante. Nesse momento de crise precisamos unir forças para conter essa pandemia e minimizar seus danos. Assim, cedemos essas duas impressoras das Escolabs para contribuir com essa ação de produção e doação de EPIs para os profissionais de saúde que estão à frente desse combate”, declarou o secretário municipal da Educação, Bruno Barral.
As impressoras 3D fazem parte dos equipamentos tecnológicos disponibilizados aos alunos da Rede Municipal nas Escolas Laboratórios (Escolabs) – unidades inovadoras criadas pela Smed, em parceria com o Google e a SmartLab, cujo processo de ensino e aprendizagem está estruturado em seis eixos: jogos de linguagem, jogos de raciocínio lógico, cultura global, experimentação científica, experimentação artística e prática esportiva.
Os equipamentos, emprestados por tempo indeterminado, foram entregues ao instrutor automotivo Jordan Gasperazzo, 34 anos. Ele é voluntário do FaceShield for Life 3D e estava produzindo o EPI em casa. “O grupo já produziu 828 máscaras desde o início do projeto, eu tenho feito uma média de nove por dia. Já que estou parado no trabalho, passei a dedicar meu tempo para isso. Na medida que produzimos, realizamos as entregas. Com a chegada das impressoras conseguiremos triplicar a produção”, explicou.
Como é feito – O protetor é produzido a partir da tecnologia de impressora 3D e serve para proteger a região dos olhos, que ficam descobertos quando o profissional de saúde usa apenas a máscara N95. Os produtos são feitos de polímero, matéria-prima utilizada na impressora 3D para produzir as peças de encaixe, e o visor é feito de acetato. O quilo do polímero custa cerca de R$ 100 e é suficiente para produzir entre 30 e 32 máscaras
O produto atende as normas estabelecidas pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 356, de 23 de março de 2020. Após impressão das máscaras protetoras pelos makers, os dispositivos passam por processo de higienização e são entregues a unidades de saúde pertencentes ao sistema público.
Para ajudar no custeio da produção, o grupo Face Shield for Life 3D organizou uma “vaquinha” na internet. As doações podem ser feitas através do site www. vakinha. com. br/vaquinha/desenvolvimento-de-mascaras-de-protecao-facial-contra-o-covid-19.
Surgimento – Criado há menos de um mês, o Face Shield for Life 3D começou após a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública identificar demanda emergencial em obter Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que auxiliem na diminuição da exposição dos profissionais de saúde que estão atuando no combate ao coronavírus.
Fazem parte do projeto pesquisadores, professores e voluntários da Bahiana, Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), ONG Instituto PEPO, Mini MakerLab, Centro Juvenil de Ciência e Cultura, Coruja Lab e da empresa Algetec – Soluções em Engenharia e Saúde. Não é necessário ter impressora 3D para se voluntariar. Mais informações podem ser encontradas no site do FaceShield for Fife 3D, no endereço www. faceshieldforlife3d.com .