Liberdade religiosa, estado democrático e direitos humanos foram discutidos no 1º Seminário da Escola Municipal Nova Esperança Professor Arx Tourinho

02 de set de 2021 - Jornalismo

Foi realizado, na manhã da terça-feira (31), o 1º Seminário da Escola Municipal Nova Esperança Professor Arx Tourinho, situada em Nova Esperança (GRE Itapuã), com o tema: Liberdade Religiosa, Estado Democrático e Direitos Humanos. O evento teve como objetivo discutir as desigualdades sociais e valorizar as diversidades étnico-raciais e religiosas do povo brasileiro. Também buscou promover o diálogo em prol do fortalecimento da tolerância, das liberdades, diversidades, pluralidades e de ações afirmativas que buscam garantir o respeito dos direitos humanos.

“Esse Seminário é importante para conscientizar não só os nossos estudantes, mas também a nossa comunidade escolar e do entorno para desmistificar a diversidade social, a intolerância racial e religiosa. Nós (a sociedade) ainda precisamos aprender mais. Então, percebemos que era preciso estar trabalhando e focando nesses temas “, disse Sueli Maria Barbosa Mascarenhas, gestora da escola.

A abertura do evento contou com uma apresentação cultural do grupo de capoeira formado por alunos da unidade escolar e pelo acolhimento com a coordenadora pedagógica Meiriane Sampaio. Quatro palestrantes que falaram de temas específicos como: Diversidade religiosa no campo de direitos, com Carlos Eduardo Santana, membro e conselheiro do Conselho Municipal de Educação (CME); Respeito à diversidade e direitos humanos, com Evilásio da Silva Bouças, presidente do Conselho Municipal das Comunidades Negras (CMCN); Desigualdades sociais e intolerância religiosa, com Eliane Boa Morte, coordenadora do Núcleo de Políticas Educacionais das Relações Étnico-Raciais Smed (Nuper); Um pouco da História do Candomblé. com a Yalorixá Mãe Ivone Maria Correia, responsável pela comunidade do Terreiro Ilê Axé Igbalé Afulelé Mejê Oromim. O seminário foi voltado para alunos, pais, mães e responsáveis, funcionários, pessoas da comunidade escolar e local. Lembrando que todas as orientações e protocolos sanitários foram respeitados, com distanciamento, uso de máscaras, álcool em gel, entre outras medidas.

Mãe Ivone faz parte da comunidade há 30 anos e por isso se sentiu gratificada em ser convidada para falar sobre a religião que ela assumiu e ama. “Precisamos educar as crianças sobre a nossa religião, pois tudo tem que ter conhecimento. Não podemos camuflar mais essas discussões. Vim aqui contar um pouco sobre a minha vida dentro do candomblé. Eu amo e tenho respeito pelos meus Orixás e respeito as religiões que temos em nosso cotidiano. A igualdade racial e religiosa tem que ser para todos, sem discriminação em todas as vertentes, então para mim, esse momento é muito importante e gratificante”.

Entre uma palestra e outra foram realizadas apresentações culturais. Alunos da escola fizeram uma encenação com performance de dança representando a Lavagem do Bonfim, com adereços e roupas típicas da festa. A dona de casa Marina Silva Souza, 45, mãe de uma estudante, gostou muito do que ouviu na palestra e ficou com a certeza de que a escola está indo na direção certa. “Uma educação diferente. Esse seminário nos explicou o que é racismo, intolerância religiosa, que existe vários tipos de religião e a gente precisa ter uma cultura de liberdade, onde cada um pode pensar do jeito que é e respeitar a religião e a opção do outro em todos os sentidos. E esse momento incentiva os alunos e até mesmo nós mesmos a aceitar e não ficar com aquela ideias de que só existe a nossa religião.”

Taila Borges dos Santos, 11, aluna do 5º ano, disse que agora entende melhor essa discussão sobre as desigualdades sociais e raciais com as falas dos palestrantes e que vai levar esse diálogo para casa e discutir também com os amigos dela. “Muito esclarecedoras essas palestras e ricas em informações. Tudo que foi dito aqui me deu mais clareza e pretendo levar isso para minha família e colegas”.

O evento foi encerrado com mais uma apresentação dos alunos dos 6º e 7º anos da escola, que mostraram a dança “Mulheres de Angola”, coreografada pelos professores Valdomiro Ferreira, Maurício Valério e Telma Santos. Em seguida, um lanche e um brinde foram distribuídos aos presentes e oferecido um almoço para os convidados.