20 de ago de 2012 - dev
Crianças e adolescentes que estudam na Escola Municipal Ajuda Social a Criança, no Itaigara, terão uma manhã atípica. Os professores de arte do Centro de Artes Mário Gusmão (Ceart) desenvolverão oficinas de dança, teatro, artes visuais e música para cerca de 70 alunos do espaço. A ação da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), acontece nesta terça-feira (21), a partir das 8h, e faz parte do projeto “Mario Gusmão vai às escolas”, que ocorre desde 2010, com a proposta de oportunizar a vivência de crianças e adolescentes nas diversas linguagens artísticas, da sua concepção à formação de plateia.
De acordo com Maria Anunciação, diretora do Ceart, a ação vai muito além de um dia de entretenimento. “A ideia é que as crianças vivenciem o fazer artístico em todas as suas etapas. Quando vamos às escolas, pretendemos sensibilizar quanto à necessidade de integrar a arte e educação como forma de aprendizado dinâmico. Estimulamos os alunos a vivenciar as linguagens artísticas da sua concepção à apreciação”, explica.
Durante toda a manhã, o grupo é dividido entre as oficinas artísticas com suas diferentes linguagens e cada turma mostra o que aprenderam através de uma mostra artística para que os demais colegas possam apreciar. “Ao assistir as apresentações dos colegas, os alunos entendem que fazer arte é importante, mas apreciá-la é tão importante quanto”, conclui.
O projeto segue até o fim do ano letivo passando por diversas escolas municipais de Salvador. Desde que foi criado, centenas de estudantes e professores já foram alcançados pelo projeto e a ideia é dar continuidade em outras regiões da capital.
MÁRIO GUSMÃO – Nascido em 20 de janeiro de 1928, o primeiro ator negro formado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), começou a vida como servente num presídio de Salvador. Graças aos estudos e o grande estímulo da família, Mário Gusmão conquistou um espaço nunca imaginado pelos jovens negros da época e foi além. Além de ator, é reconhecido na música e dança, sendo valorizado como artista completo. Atuou em novelas, mini-séries e filmes e disputado por diretores como Glauber Rocha e elogiado por Arnaldo Jabor. Um dos criadores do Olodum, Mário Gusmão, conhecido também por príncipe negro – titulo dado por Pierre Verger, também participou dos grupos como Ilê Aiyê. Morreu em 20 de novembro de 1968, consumido pelo câncer e pobre.