Mostra de arte agita manhã da Escola Municipal Célia Nogueira

25 de nov de 2019 - Publicidade

 

Na manhã desta segunda-feira (25), aconteceu a Mostra de Artes da Escola Municipal Célia Nogueira, localizada no bairro de Mussurunga I (GRE Itapuã). A ação foi realizada com alunos do 1º ao 5º ano, que durante o ano letivo, estudaram sobre arte e diversos aspectos, passando pela subjetividade e reconhecimento da ancestralidade.

O 1º e o 2º anos estudaram a “Arte e o nosso imaginário”, sendo que com o 1º ano se questionou sobre a forma que cada estudante imaginava as princesas, como elas seriam, onde moram, quais as características estéticas delas, dentre outros. Tudo isso foi trabalhado através da apresentação de imagens e histórias, bem como a criação de desenhos livres e orientados pelo professor. Já no 2º ano, esse imaginário foi voltado para as lendas do folclore brasileiro, tendo como personagem principal o Lobisomem, com criação de histórias, improvisação de cenas e confecção de máscaras com jornal.

O professor de artes e teatro, Alexandre Geisler, explica que o objetivo central da Mostra foi promover, através da arte, conhecimentos múltiplos dentro do espaço escolar. “Essa atividade é resultado do que a gente vem trabalhando durante todo o ano. Os alunos ficaram muito envolvidos, se ajudaram bastante durante o processo em sala de aula, dando dicas uns aos outros, trabalhando assim, além do conhecimento específico sobre artes, ancestralidade e cultura popular, também foram trabalhados relação interpessoal, criatividade e a importância do trabalho em grupo”, diz Geisler. Ele afirma ainda que a expectativa é de que as peças produzidas pelos alunos do 5º ano façam parte da Mostra Criativa 2019, em data ainda a ser definida.

Durante o ano letivo os alunos do 3º ano pesquisaram sobre as obras dos artistas plásticos, os estilos de trabalho, bem como os diversos tipos de tintas existentes. Intitulado “Arte e seus modos de fazer”, a pesquisa teve como foco principal o estudo da arte “Tingatinga”, estilo de pintura desenvolvido pelo pintor tanzaniano Edward Saidi Tingatinga, através do qual as crianças produziram pinturas apresentadas em dois suportes diferentes (papel kraft e tela de lona). “Estudamos esse pintor e o método que ele desenvolve, os meninos pintaram a partir desta vivência. Além de aprenderem um pouco sobre a técnica, eles também puderam lidar com a improvisação, pois muitas vezes o artista não tinha as tintas e acabava tendo que, de um jeito ou de outro, resolver o problema, o que acabou estimulando ainda mais a criatividade das nossas crianças”, comenta.

Com o tema “A arte e a cultura do nosso povo”, o trabalho realizado com os alunos do quarto ano foi dividido em dois momentos: no primeiro semestre, as crianças pesquisaram sobre a vida e a obra de Luiz Gonzaga e no segundo semestre, sobre a capoeira e a cultura popular com base na vida de Mestre Pastinha, baiano, maior propagador da Capoeira Angola, modalidade “tradicional” do esporte no Brasil. “Um dos resultados mais incríveis foi a criação de um livro com texto dramático para teatro, com hipóteses sobre o nascimento dele, como conheceu o mestre, como aprendeu sobre a luta, dentre outros pontos. Os meninos se esforçaram bastante para ler e interpretar a história que foi criada por eles mesmo em sala de aula”, explica o professor.

No entanto, um dos momentos mais esperados da Mostra foi o desfile com alunas do 5º ano, tendo como tema “A arte e a nossa ancestralidade”. Durante o ano, os alunos estudaram a arte abstrata e a ancestralidade negra, através dos desenhos das paredes da Vila Tiébélé (Burkina Faso – país da África Ocidental). No processo de aprendizagem, foram criados móbiles, carimbos em espuma vinílica acetinada (E.V.A), bem como pintura de tecidos. “Criamos os carimbos e pintamos tecidos com base nessas imagens africanas que estudamos, tendo como inspiração os tecidos do bloco afro Ilê Aiyê, bem como a biografia de 12 mulheres negras brasileiras, americanas e africanas que pesquisamos. Essas peças, com estampas autorais, é que são a base do desfile que organizamos chamado ‘Ubuntu – eu sou por que nós somos’”. As personalidades homenageadas no desfile foram: Ângela Davis, Elza Soares, Mariele Franco, Carolina de Jesus, Conceição Evaristo, Chimamanda Ngozi Adichie, Dona Ivone Lara, Nina Simone, Maya Angelou, Djamila Ribeiro e Bell Hooks.

Ketelin Santos Pereira, aluna do 5º ano, alega que estava ansiosa para desfilar e elege as biografias que mais gostou de estudar. “Eu não via a hora de representar as pessoas que vieram da África, por tudo que passaram, e poder mostrar para as pessoas que nós negros somos bonitos do jeito que somos. Gostei muito de conhecer as histórias de Ivone Lara, rainha do samba que conquistou seu trabalho com muito suor e amor e a de Elza Soares, obrigada a casar com 13 anos, que sofreu muito ao lado do marido, o que serve de alerta para outras mulheres”, detalha.

Já Daline Souza Galvão, também do 5º ano, aponta que o mais importante é a mensagem que fica após todo esse período de aprendizado. “Estudamos bastante e descobrimos muita coisa nova. Temos que nos aceitar exatamente como somos. Eu gosto do meu cabelo como ele é e o que a gente precisa é parar de ser racistas por que isso é errado e machuca muito as pessoas”.

 

Fotos: André Carvalho/SMED/PMS

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