Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de Março, a direção da Escola Municipal Saturnino Cabral, situada em Cosme de Farias, fez uma homenagem às mães dos alunos, professoras e funcionárias da unidade. Através das asas de uma borboleta desenhadas na parede interna da escola, foi trabalhado o tema “Seu tempo de casulo expirou, então voe!” – uma forma de convidar as mulheres a refletirem sobre o que podem fazer em busca da liberdade de expressão, do empoderamento e da dignidade.
“Como escreveu a filósofa francesa, existencialista e feminista, Simone de Beauvoir: “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, as mulheres precisam ser como as borboletas e para voarem, precisam ter a ousadia de sair do casulo que são todas intempéries que tolhem nossa essência. São os nossos medos, os nossos receios, os nossos verdadeiros impedimentos, que nos fazem pisar em terra firme, porém nos impedem de alçar voos. Na vida só evolui quem não tem medo de ousar, quem não tem medo de sonhar e lutar para que seus sonhos se concretizem, mesmo que para isso sejam necessárias várias e constantes metamorfoses de si, sem perder a essência”, disse Jaciara Nogueira, gestora da escola.
A homenagem às mulheres começou já na entrada dos alunos que vieram acompanhados pelas mães, que ao chegarem à escola já eram convidadas a fazerem a foto em frente às asas da borboleta e falarem um pouco do que pensavam sobre o casulo. De acordo com a vice-gestora da manhã, Camila Amorim, essa reflexão veio como um convite a todas as mulheres para expressarem suas ideias. “Ao chegarem à escola, as mães se depararam com essas asas lindas de borboleta, daí as convidamos para fazerem uma foto e refletirem sobre o que seria o casulo para elas. Muitas disseram que seria a falta de emprego, a violência doméstica e institucional, a falta de amor, também essa pandemia que nos deixou sem liberdade e que veio trazer essa prisão para todos. Vimos que essa ação realmente foi necessária para liberdade de expressão e pensamentos de muitas delas.”
Geizemare Maciel de Jesus, mãe de Micael, do 4º ano A, disse que pra ela o casulo que impede de voar nesse momento é a pandemia. “Essa pandemia impede a gente de abraçar e estar próximo das pessoas que gostamos, de reunir a família os amigos, e também de curtir. Tenho me preservado e preservado os meus usando máscara, álcool gel e quando a gente se reúne é somente em casa mesmo, com pouca gente”. Já para Ana Paula Sacramento Amorim, mãe de Ana Vitória, do 2º ano, a falta de emprego tem dificultado muito o poder de voar. “ Busco emprego, coloco currículo, faço a minha parte falando com algumas pessoas sobre algum trabalho, algum bico e agora eu vou começar um curso de cuidadora para melhorar meu currículo e assim conseguir um emprego e sair desse casulo. Para mim, no momento que eu conseguir um trabalho, eu vou me sentir mais livre, me sentir mais independente, poder pagar minhas contas, poder dar o melhor para minha filha e o melhor para mim. Uma mulher ser independe é a melhor coisa do mundo”, ressaltou ela.
Segundo Camila, as professoras também foram de sala em sala fazendo uma mini palestra sobre o Dia Internacional da Mulher, falando desse momento especial para as mães, avós, bisavós, tias, irmãs, professoras, funcionárias da unidade e para as crianças de cada sala, em relação ao respeito e cuidado que os coleguinhas devem nutrir entre si, de forma a criar uma consciência anti-machista, por uma sociedade mais igualitária. Em seguida, cada sala era convidada para fazer a foto nas asas da borboleta, seguindo as normas de orientações da escola, mantendo o distanciamento.