Projeto Colo pra Mãe da EM Novo Horizonte está em fase de expansão na Rede Municipal

07 de dez de 2023 - Jornalismo

 

 

Um projeto destinado exclusivamente para atender mães de pessoas com deficiência. Colo pra Mãe nasceu na Escola Municipal Novo Horizonte e já está circulando em outras unidades escolares. O projeto acolhe, abraça, conforta mulheres que, por conta da rotina de cuidar de um filho com deficiência, são esquecidas, invisibilizadas pela sociedade. O encontro acontece uma vez por mês, no período da noite, e a cada reunião o grupo se fortalece mais, porque recebe colo, atenção e cuidado.

A iniciativa partiu da gestora Cristiane Andrade Silva Vieira, que percebeu o quanto as mulheres que têm filhos com algum tipo de deficiência, precisam ser ouvidas. “O projeto Colo pra Mãe nasceu em 2021, após um atendimento a uma mãe, percebi que ela estava muito necessitada de um abraço, quando eu a abracei, ela disse que há muito tempo não recebia esse tipo de carinho, aí choramos juntas”.

A partir daí, Cristiane decidiu fazer algo por essas mulheres. A ideia era atender as mães de alunos e a comunidade do entorno da escola. Mas a iniciativa já está no plano de expansão em outras escolas, a exemplo das escolas municipais Antônio Euzébio, Gersino Coelho e Alto da Cachoeirinha Nelson Maleiro.

São nesses encontros que as mães compartilham suas rotinas, são estimuladas a desenvolver a autoestima e desconstrói o sentimento de isolamento. Não importa o tema a ser debatido, mas estar juntas se fortalecendo é o que mais importa para essas mulheres que abdicam de suas vidas sociais e profissionais para cuidar de um filho com deficiência. Cerca de 30 mães da comunidade já foram acolhidas, e nos encontros elas já assistiram palestras com uma dentista, médico da família, fizeram oficina com uma trancista, tiveram um dia do autocuidado com massagens e fazem vivências com psicólogas e terapeutas.

“O projeto é uma maravilha, foi uma porta que se abriu para mim. Nós não temos apoio da família e encontrar alguém que possa nos ouvir aqui é muito bom. É o que encoraja a gente a seguir. Recebemos suporte psicológico, social e até mesmo financeiro, porque a pró Cris sempre dá um jeito de nos ajudar. Antes de participar desse grupo eu tinha outros pensamentos, achava que eu era sozinha, agora eu me sinto mais fortalecida”, conta Flaviane Ferreira, mãe de ex-aluna da Escola Municipal Novo Horizonte.

“Quando eu comecei a participar do projeto tinha dificuldades de buscar os direitos para meu filho, depois que comecei a participar dos encontros, eu me fortaleci e passei a entender que precisava ajudá-lo a ocupar o espaço dele na sociedade. Aqui a gente se ajuda e se encoraja”, explica Cintia do Nascimento Lemos, mãe de um menino autista.