A expectativa de praticar voleibol pela primeira vez fez com que Artur dos Santos, de 10 anos, não conseguisse dormir de noite. “Fiquei muito animado e ansioso”, contou. “Quero aprender igual aos jogadores que aparecem na televisão”, disse, referindo-se aos saques, cortadas, bloqueios e outras jogadas do esporte. Artur é um dos 150 alunos da Escola Municipal Francisco Leite, localizada em Águas Claras, que farão parte do programa Viva Vôlei, da Confederação Brasileira de Voleibol (CVB), com patrocínio da Supergasbras. Voltado a crianças de 7 a 14 anos, a iniciativa será implantada na unidade de ensino, onde ocorreu, na quinta-feira (3), a solenidade de lançamento do projeto. O evento marcou também o início das comemorações dos 45 anos de criação da escola e contou com a participação empolgada dos alunos e a presença de familiares, professores e toda comunidade escolar.
A solenidade foi aberta pelo gerente de unidade da Supergasbras, Marcelo Savastano, que destacou a importância da inclusão por meio do esporte. “Estamos trazendo esse projeto para Salvador como forma de oportunizar a essas crianças o acesso às aulas de iniciação ao voleibol e aos benefícios que a prática esportiva proporciona”, disse, destacando que um dos pilares da empresa é promover ações de desenvolvimento sócio-ambiental. Representando a empresa, estava também o coordenador de venda indireta, Fernando Albuquerque.
A gestora da E.M. Francisco Leite, Maria Adelma Conceição Lins, estava bastante entusiasmada com a iniciativa. “Sou muito grata pelo empenho de todos em trazer esse projeto para nossa escola e às famílias pelo apoio e pela confiança. Será um trabalho muito importante para nossos alunos. Praticar um esporte, ainda mais como o vôlei, que é um esporte de equipe, será para eles um momento de diversão, interação e de aprendizados. Tem também os ganhos em saúde física e emocional. Tudo isso terá reflexos no desempenho escolar”, afirmou.
Na mesma linha, a assessora de projetos especiais da Secretaria Municipal da Educação (Smed), Ivone Portela, defendeu a prática desportiva como uma grande aliada na formação de crianças e adolescentes. “Eu sou uma entusiasta dos esportes. São ferramentas importantíssimas para evitar a evasão escolar, promover o sentimento de pertencimento e o espírito de equipe, combater o sedentarismo, desenvolver habilidades como equilíbrio, concentração, enfim, são inúmeras vantagens que refletem na vida pessoal e na escolar”, disse, elogiando o projeto.
Criado em 1999, o Viva Vôlei tem 37 núcleos no Brasil. É voltado às comunidades de baixa renda e busca, entre outros objetivos, promover a integração e a inserção social, bem como afastar as crianças da criminalidade e das drogas. Nas aulas, é utilizado um método de iniciação ao esporte adaptado às crianças. Trata-se do “mini-vôlei” que, além da ludicidade como base, tem o peso da bola, a altura da rede, regras do jogo e tamanho da quadra adaptados à faixa etária.
De acordo com o coordenador do projeto, Felipe Jacovazzo, da CBV, a metodologia permite que todos os alunos participem do jogo. Ele destaca ainda que há aprendizado também no revezamento entre quadra e banco. “Em todos os momentos eles estão aprendendo. No banco, por exemplo, exercita-se a observação, o controle da ansiedade, entre outros aspectos”, citou. Na escola municipal, as aulas de vôlei ocorrerão às quintas e sextas-feiras, com três turmas de manhã e três à tarde, no contraturno escolar.
E é em uma dessas turmas, que o aluno Artur vai aprender a modalidade. A ansiedade, que o fez perder o sono, foi compensada. Durante o lançamento do projeto, ele teve o tão esperado contato com a modalidade. Foi uma tarde lúdica, conduzida pelo professor Gindson Soares, pelo estagiário Lucas Cosme e pelo supervisor técnico Hércules Pimenta.
Compartilhando a alegria do colega, o aluno Ramon Claudino Jr e a aluna Mirele Evangelista também estavam curtindo a novidade. “Eu já vi na televisão e achei muito legal!”, disse Mirele. “Estou muito animado para aprender”, falou Ramon. Para a mãe dele, a dona de casa Gislaine Rocha, a possibilidade de praticar o esporte é um excelente incentivo para os alunos. “É um projeto maravilhoso! Com certeza, será um motivo para gostarem ainda mais da escola”.
Estiveram presentes no evento, a gerente regional de Educação de Cajazeiras, Lucimeire Souza, a coordenadora pedagógica da GRE, Débora Coutinho, e o subprefeito do Cabula, André Maracajá.
Fotos: Jailson Suzart/Smed