Representante da Filadélfia visita escola em terreiro

28 de nov de 2009 - dev

O representante da Prefeitura da Filadélfia, Stanley Straughper, que assinou ontem (26) à tarde o Memorando de Entendimento firmando parceria com a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), visitou hoje (27) pela manhã a Escola Municipal Eugênia Anna, localizada dentro do terreiro Ilê Axé Opô Afunjá, no bairro do São Gonçalo do Retiro.

O encontro possibilitou a discussão junto ao corpo docente escolar e representantes da Secult sobre a realização de intercâmbio entre escolas do Brasil, Estados Unidos e Nigéria. Projetos educacionais voltado para a cultura afro já desenvolvidos na Municipal Eugênia Anna servirão como base para a implantação do intercâmbio que beneficiará estudantes das escolas públicas dos três países.

A proposta inclui encontros presenciais e virtuais por meio da internet, através de vídeo-conferência, onde os estudantes soteropolitanos se comunicarão com o mundo. Em um breve histórico sobre as ações desenvolvidas na escola, a diretora Ana Lice Mendes, reforçou que os educadores têm a compreensão sobre a história e a cultura da África, não discriminando qualquer tipo de fé. Há dois anos a escola vem sendo referência de ensino da cultura africana e também por desenvolver um trabalho voltado para sociedade. A escola atende 300 estudantes de cinco a 12 anos, desde a educação infantil ao 5º ano.

“A escola não ensina candomblé. Temos educadores que são de outras religiões e sabemos respeitar toda e qualquer cultura, como é o caso de uma educadora Testemunha de Jeová, que entende para quem está ensinando com igualdade”, afirmou Ana Lice.

“Nas escolas americanas não se aprende a origem dos povos e a cultura africana. E aqui percebo justamente isto. Professores engajados num trabalho com compromisso e com o coração, num resgate à cultura africana”, pontuou Stanley, encantado com o trabalho pedagógico desenvolvidos pelos professores da unidade. Os presentes encerraram a visita conhecendo a casa de Mãe Stella, que aproveitou para declarar que os americanos evoluíram demais, deixando de lado a cultura e a sua história.