Secult realiza palestra sobre mulher negra e a mídia

22 de jul de 2010 - dev

A Secretaria da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), através do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (FIEMA), reuniu ontem (21) à tarde, cerca de 100 pessoas na sede do órgão, no Parque Solar Boa Vista, para a realização 10ª edição do Projeto “Educação em Pauta”.

O tema “A mulher negra e a mídia”, escolhido em homenagem ao Dia da Mulher Negra da América Latina e Caribe e Dia Municipal da Mulher Negra, ambos comemorados no dia 25 de julho, foi debatido pelas palestrantes Juliana Santos, Cleidiana Ramos, Cláudia Santos e Tânia Toko, e mediado pela jornalista Angélica Parras.

A abertura do evento foi feita pelo secretário da Educação, Carlos Ribeiro Soares, que destacou a importância da discussão do tema, que também reforça as comemorações pelo 25 de julho. “Além disso, quero aqui já agradecer a presença dessas mulheres negras, guerreiras e muito bem sucedidas, que com garra e determinação estão ultrapassando barreiras e preconceitos, e hoje estão conseguindo o seu espaço na sociedade, sendo grandes vitoriosas”, enfatizou.

As palestrantes elaboraram a discussão especialmente para o público-alvo do projeto – as coordenadoras regionais e diretoras das escolas municipais, a grande maioria delas negras – destacando a importância de discussões de temas sobre negritude na sociedade do conhecimento, já que a mídia tornou-se instrumento indispensável do processo educativo.

A jornalista Cleidiana Ramos, primeira a palestrar, enfatizou sobre a questão da minoria das mulheres negras nos setores de trabalho. “Somos muitas em números e poucas que chegam à culminância, muitas vezes por conta das nuances de racismo”, ressaltou.

Tânia Toko, Arte Educadora e atriz, contou um pouco da sua experiência na televisão e destacou como é complicado uma mulher negra atingir um lugar de destaque na sociedade. Cláudia Santos, mestre em estudos Étnicos e Africanos, acrescentou que as telenovelas tentam mostram o racismo de forma subjetivada.

“Não podemos silenciar. Precisamos sair desse patamar “inferior” da hierarquia, desafiar limites, saindo de questões que fogem ao nosso controle onde quase nunca mostram o quanto somos capaz, ser mulher negra, não é ser incapaz. Precisamos escrever outros rótulos”, ressaltou Cláudia.

Juliana Santos, jornalista do Instituto mídia-étnica, falou do trabalho realizado no portal que é especialmente voltado para questões raciais. “Temos trabalhado com a tecnologia como forma de estratégia para podermos discutir sobre raça e gênero, assessorando assim, o Movimento Negro. Dessa forma, reafirmarmos a nossa identidade e a nossa auto-estima” concluiu.

Ao final da discussão, o público interagiu, opinou e esclareceu dúvidas sobre os temas com as palestrantes convidadas.