Smed participa de seminário realizado pela Aesos em comemoração ao Dia dos Surdos

28 de set de 2021 - Publicidade

 

A Secretaria Municipal da Educação (Smed) participou nos dias 21, 22 e 23 deste mês, do VII Seminário Educação da Pessoa Surda, promovido pela Associação Educacional Sons do Silêncio (Aesos). O evento abordou a temática “Mãos que entrelaçam: educação, psicologia e serviço social no contexto da Pandemia”, com o objetivo de mostrar como as implicações da pandemia do coronavírus impactaram os sujeitos sociais. Durante os três dias de encontros virtuais transmitidos pelo canal do Youtube da AESOS, os alunos, pais, gestores e professores de escolas municipais fizeram uma formação em Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A Smed conta hoje com 30 Tradutores e Intérpretes de Libras da Pessoa Surda (TILPS) e este ano está ampliando o quadro dos TILPS com a chegada de novos alunos surdos na Rede Municipal. A Smed foi representada no seminário pela coordenadora de Inclusão Educacional e Transversalidade Jaqueline Araújo.

Patrícia Teixeira Costa, técnica da Coordenadoria de Inclusão Educacional e Transversalidade (CIT) da Gerência de Currículo, responsável pelo envio dos Tradutores Intérpretes de Libras para as escolas, explicou a importância do seminário no âmbito escolar. “O seminário tem a proposta de informar ainda mais a comunidade escolar e acolher as famílias desses alunos surdos, pois a maioria delas não domina a língua das Libras. Para se comunicar com os filhos e evitar que eles fiquem isolados, os familiares criam códigos entre eles. Mas logo que entram numa instituição acompanhada por profissionais, os códigos utilizados na comunicação são substituídos pela Libras, a língua mãe dos surdos”, explica.

Na Escola Municipal Nossa Senhora Santana, situada no Rio Vermelho (GRE – ORLA) tem profissional de Libras responsável em apoiar as professoras em sala de aula e orientar as crianças em todos os momentos no ambiente escolar. De acordo com a diretora Adriana Augusta Vaz Serafim, esses profissionais são de suma importância para o aprendizado.

“A chegada do intérprete trouxe um ganho afetivo de aprendizagem e de qualidade no atendimento dessas crianças. Temos dois alunos aqui na unidade, um de 9 e outro de 10 anos,  no quarto ano, que hoje tem uma interação maior com todos.  A equipe da Escola abraçou a causa e se comunicam também através da linguagem de sinais para dar suporte aos alunos que precisam estar inseridos nas atividades escolar e social”, conta a gestora.

Roni Mota Aranha é um TILPS, há dois anos na Rede Municipal, atua na Escola Municipal Senhora de Santana, se diz feliz de ter aprendido a se comunicar em Libras para orientar as crianças na sala de aula. “O trabalho é árduo, mas satisfatório, pois estamos construindo a história e a identidade dessas crianças juntos. Observo o quanto elas são geniais em superar obstáculos, muitas vezes impostos por adultos e isso depende da personalidade e da educação de cada uma, todas elas são como pedras preciosas esperando para serem lapidadas”, disse.

A dona de casa Marilene Rosa de Jesus, 48, mãe do aluno Daniel Jesus dos Santos, 10, conta que Daniel começou a se desenvolver e interagir mais com as outras crianças depois do acompanhamento com o tradutor. “A presença desse profissional é necessária em sala de aula. Daniel é implantado, usa aparelho auditivo, mas não desenvolveu a fala, ele tinha dificuldades para entender as atividades, mas com o tradutor já conseguiu desenvolver a leitura e hoje já interage com outras crianças. A Libras deveria ser matéria obrigatória nas escolas assim como a Matemática e o Português para que todos possam entender e interagir com as pessoas que têm essa deficiência”, sugeriu.