Webinário discute impactos da pandemia no Trabalho Infantil

14 de jun de 2021 - Jornalismo

Os Impactos da Pandemia no Trabalho Infantil foi tema de webinário realizado na quinta-feira (10) pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério Público (Ceaf) e pela Casa de Atendimento e Orientação a Crianças e Adolescentes (Caoca), em parceria com o Forúm Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Adolescente da Bahia (Fetipa-BA). O objetivo do encontro foi reunir profissionais de diversas áreas para dialogar sobre o enfrentamento do trabalho infantil na pandemia, bem como discutir boas práticas ligadas ao tema. Participaram do webinário os promotores de Justiça Tiago de Almeida (Ceaf) e Marcia Rabelo (Caoca), a representante do Ministério Público da Bahia (MP-BA) Ana Karina Omena, o secretário municipal da Educação Marcelo Oliveira, o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Jequié, Zenildo Brandão, a jornalista e gestora do projeto Criança livre de Trabalho Infantil Bruna Ribeiro, entre outros.

De acordo com a jornalista Bruna Ribeiro, que também é especialista em Direto Internacional, houve um agravamento do trabalho infantil no Brasil. “Um estudo realizado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) revelou que o número de crianças em situação de trabalho infantil aumentou 26% entre os meses de maio e julho de 2020 em São Paulo”, exemplificou. Ainda de acordo com o estudo, muitas crianças estão fora da escola e muitas delas não têm acesso à internet para acompanhar as aulas online.

Para Bruna, as causas e consequências do trabalho infantil são inúmeras. “É uma reprodução do ciclo da pobreza. O trabalho infantil prejudica a aprendizagem da criança quando a tira da escola e a torna vulnerável em diversos aspectos: exposição à violência, assédio sexual entre outros”, diz.

O secretário municipal da Educação, Marcelo Oliveira, destaca a importância da área para enfrentar o desafio e garantir uma perspectiva de futuro para as crianças. “O ambiente escolar é o melhor lugar para as crianças estarem, para desenvolverem o aprendizado e se envolverem com os estudos, que é o caminho para o desenvolvimento pessoal, socioeconômico e para a redução da desigualdade”, pontuou, destacando toda a organização e preparação para a volta às aulas presenciais, que teve início em 3 de junho. Ele ressaltou o trabalho desenvolvido pela secretaria durante a pandemia e anunciou que o órgão está lançando um trabalho específico para o combate ao trabalho infantil.

Zenildo Brandão, presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), destacou que uma política pública efetiva, quando trabalhada em conjunto, faz toda a diferença. “Infelizmente o trabalho infantil faz parte do nosso cotidiano, mas a educação é a grande ferramenta que temos para mudar essa realidade. Como prefeito e presidente da UPB, acredito que o poder público tem o dever de cuidar das pessoas, e estamos aqui para isso”, completou.