As iniciativas da Prefeitura de Salvador na área da Educação durante a pandemia foram apresentadas em dois webinários nacionais nesta semana – um promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e outro pela organização Todos pela Educação. Em ambos os eventos, o secretário municipal da Educação, Bruno Barral, levou a experiência da capital soteropolitana diante da nova realidade no campo do ensino e aprendizagem, bem como do suporte aos alunos e a toda comunidade escolar.
Nesta quarta-feira (25), ele falou a convite do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (Ceipe) da FGV, no webinário “Respostas de Redes de Ensino à Pandemia”. Aberto ao público, o seminário virtual teve a participação de Julia Sant’Anna, secretária de Educação do Estado de Minas Gerais, e da diretora do Ceipe, Claudia Costin. A debatedora foi Raquel Oliveira.
No primeiro momento, os palestrantes falaram sobre as medidas tomadas pelas pastas. Barral destacou a ação imediata de entrega de cestas básicas para a garantir a segurança alimentar dos alunos da Rede Municipal, das instituições conveniadas e dos matriculados no programa Pé na Escola. Segundo ele, assim que concluir a atual etapa de distribuição, a iniciativa somará 497 mil cestas básicas entregues a esse público.
No campo pedagógico, o secretário destacou a criação do Canal Smed no YouTube, com videoaulas para todos os segmentos atendidos pela Prefeitura, a entrega de materiais impressos aos alunos do Ensino Fundamental I, aulas em canal de TV aberto e as ferramentas tecnológicas de aulas virtuais para o Ensino Fundamental II e Educação de Jovens e Adultos II (EJA II), como a plataforma Escola Mais, a entrega de chips de banda larga para alunos e de tablets para gestores desse segmento. “Essas foram iniciativas tomadas para evitar o distanciamento pedagógico dos nossos alunos e garantir uma rotina de estudos de qualidade”, reforçou.
Ele tratou ainda da retomada das aulas presenciais, deixando claro que só será possível quando houver segurança para alunos, professores, gestores e demais membros da comunidade escolar. Segundo ele, os protocolos devem observar uma volta gradual e lenta, atendendo questões sanitárias de limpeza, higiene e prevenção, bem como cuidados de distanciamento, que poderão resultar em um programa de rodízio. “Também temos uma grande preocupação com as questões psicológicas e de assistência social dos estudantes, famílias e todo o corpo escolar”, frisou, informando que para isso já está em andamento um amplo programa da Secretaria Municipal da Educação junto a centros universitários e reforçou a necessidade desses trabalho para evitar a evasão e o abandono escolar.
Este foi o segundo webinário nesta semana que apresenta nacionalmente o trabalho de Salvador na área. Barral representou o município no seminário A Educação Básica no Novo Cenário, realizado na terça-feira (23), pela organização Todos pela Educação. Mediado por Olavo Nogueira Filho, o debate contou com a presença da secretária de Educação de Minas Gerais, Júlia Sant’Anna e do secretário da mesma pasta do estado de Pernambuco, Frederico Amâncio.
O seminário virtual foi dividido em três blocos nos quais os participantes falaram sobre os desafios enfrentados durante a pandemia, os desafios sanitários do retorno pós pandemia e dos desafios pedagógicos do retorno às aulas presenciais. Durante a conversa cada representante apresentou quais medidas suas respectivas cidades adotaram com a suspensão das aulas presenciais em decorrência do distanciamento social como forma de combater a pandemia do Covid-19.
Para o secretário Bruno Barral, o retorno ao chamado “novo normal” terá que ser trabalhado com muita disciplina e cautela. O titular da pasta do município citou iniciativas como acolhimento psicológico, psicopedagógico e de assistência social, nesse momento de forma remota, dispensado aos gestores, professores e pais e mães dos alunos, trabalho que deverá continuar quando for possível um retorno presencial.
“Dentro desse novo normal teremos que ter muita disciplina e cautela. Não poderemos cobrar dos alunos pelas mesmas expectativas de aprendizagem que tínhamos antes da pandemia. Sabemos da importância também de fazer o acolhimento da comunidade pedagógica, alunos e familiares no momento pós pandemia”, explicou Barral.